
A Justiça argentina autorizou o pedido da ex-presidente Cristina Kirchner, que está em prisão domiciliar, para receber a visita do chefe do Executivo do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O petista chegará a Buenos Aires nesta quarta-feira (2).
A decisão, obtida pela AFP, estabelece que a visita ocorrerá na quinta-feira (3) na casa de Cristina Kirchner na capital argentina e deverá respeitar o “estrito cumprimento” das regras de conduta impostas pela Justiça, que preveem “não perturbar a tranquilidade da tranquilidade”.
Lula participará da cúpula presidencial do Mercosul em Buenos Aires na quinta, sua primeira visita à Argentina desde que o presidente Javier Milei substituiu o cargo em dezembro de 2023.
Os advogados de Kirchner solicitaram permissão ao tribunal para visitar o apartamento no bairro de Constitución, onde ela cumpre pena de seis anos por fraude desde 18 de junho. Ela também foi impedida permanentemente de exercer cargos públicos.
O tribunal que condenou o ex-presidente deve solicitar permissão para receber visitas que não sejam de sua família, médicos ou advogados.
Também impôs diretrizes sobre sua conduta quanto a não perturbação da ordem pública após manifestações de seus apoiadores em frente ao seu prédio.
Após a sentença de Kirchner, o presidente brasileiro revelou que conversou com ela por telefone e expressou publicamente sua solidariedade.
“Notei, com satisfação, a maneira serena, é determinada com que Cristina enfrenta essa situação adversária e o quanto está determinado a seguir na luta”, escreveu Lula no X em junho.
O próprio presidente esteve preso em Curitiba entre 2018 e 2019, condenado em um suposto caso de corrupção que foi posteriormente anulado pelo Supremo Tribunal Federal.
Naquela época, ele recebeu a visita do ex-presidente argentino Alberto Fernández (2019-2023), então candidato à presidência e companheiro de chapa de Cristina Kirchner.