A Prefeitura de Manaus realizou na manhã desta quinta-feira, 22/8, na Minivila Olímpica do Santo Antônio, zona Oeste, a segunda ação social de saúde e cidadania para homens em situação de rua. A atividade é uma oportunidade de dar visibilidade e proporcionar serviços aos que se encontram em situação de mendicância. Duzentas pessoas, entre homens e mulheres, foram beneficiadas com ação.
Emissão de documentos, inscrição no Cadastro Único (CadÚnico) – para programas sociais – testagem rápida, saúde bucal, consultas médicas e distribuição de preservativos totalizaram 1.950 atendimentos. Além disso, as pessoas em situação de rua também tiveram a chance de participar do corte de cabelo gratuito, dominó, futebol, tênis de mesa, zumba e apresentação musical.
Coordenada pelo Fundo Manaus Solidária, a ação teve início às 8h com a distribuição de café da manhã. Após o café, os homens receberam kits de higiene pessoal, puderam tomar banho e ganharam mudas de roupas que foram arrecadadas por meio da campanha #ManausSolidária.
A presidente do Fundo Manaus Solidária, a primeira-dama Elisabeth Valeiko Ribeiro, ressaltou a importância da iniciativa que busca dar visibilidade e promover a cidadania para as pessoas que estão em situação de rua. A mesma iniciativa já foi realizada com mulheres que vivem nas ruas da cidade.
“Essa ação, assim como as demais que já realizamos, busca proporcionar acolhimento, saúde, cidadania e atenção às pessoas que, por motivos diversos, vivem nas ruas. São pessoas que, muitas vezes, vivem em condições indignas e que precisam de uma mão amiga para, quem sabe, sair dessa situação de rua e buscar novas oportunidades. Temos exemplos de pessoas que, por meio dessas ações, já saíram das ruas e estão reconstruindo suas vidas. Isso tem muito valor para mim e para o prefeito Arthur Neto”, afirmou Valeiko.
Aos 24 anos, Janderson Araújo vive nas ruas desde 2015, quando o pai e a avó morreram. Conforme Janderson, ações como essa permitem com que eles sintam que não estão tão sós, que há pessoas capazes de ajudá-los e que não têm medo deles porque vivem nas ruas. “Sou de Belém, mas aos 7 anos fui abusado e vim para Manaus atrás do meu pai, só que ele morreu. Logo em seguida, minha avó, que também gostava de mim, morreu. Minha madrasta era muito ruim comigo e eu fui parar na rua. Não tenho paradeiro certo, hoje durmo na varanda de uma casa próxima ao T4, porque a dona deixa. Gostei muito dessa ação. Cheguei cedo e tomei café, banho, ganhei roupa, passei pelo médico e tomei vacina. Na rua a gente sofre muito preconceito por tudo e aqui fomos bem acolhidos”, disse.
A ação teve como parceiros as secretarias municipais da Mulher, Assistência Social e Cidadania (Semasc), Saúde (Semsa), Juventude, Esporte e Lazer (Semjel), Limpeza e Serviços Públicos (Semulsp), de Infraestrutura (Seminf), Casa Militar, Fundação Municipal de Cultura, Turismo e Eventos (Manauscult) e a Organização da Sociedade Civil (OSC) Nova Aliança.
Cidadania
Para garantir a cidadania dos que estão “invisíveis” na sociedade pela falta da documentação básica, a Prefeitura de Manaus instituiu, em agosto de 2016, o Comitê Gestor Municipal de Políticas de Erradicação do Sub-Registro Civil de Nascimento e Ampliação do Acesso à Documentação Básica.
Em 2018, o Departamento de Direitos Humanos (DDH) da Semasc viabilizou 77 Registros Tardios de Nascimento para crianças, jovens e adultos, além de 2.174 Certidões de Nascimento emitidas dentro da Região Metropolitana de Manaus (RMM).
Para quem se encontra em vulnerabilidade social e econômica e precisa retirar a Certidão de Nascimento, primeira ou segunda via, basta procurar a Semasc, de segunda a sexta-feira, no horário de 8h às 15h.