Amazonas enfrenta seca histórica e projeta 500 mil sem acesso a água e comida, diz governo

O período de seca no Amazonas tem castigado os Amazonenses. O estado se prepara para enfrentar a maior estiagem já registrada na região. A situação deve afetar a distribuição de água e alimentos para cerca de 500 mil pessoas até o final de outubro.

O diagnóstico é feito pelo governador do Estado, Wilson Lima (União Brasil), que foi a Brasília nesta terça-feira (26). Ele vai pedir ajuda do governo federal para a compra de cestas básicas, água, além do apoio da Força Aérea no transporte dos insumos. A estimativa é que o estado precise de ao menos R$ 100 milhões em ações emergenciais.

“Nunca vimos algo assim. É a pior seca da história”, diz o governador.

As medidas de emergência são necessárias porque o transporte na região Norte é feito majoritariamente por meio fluvial. Nesta época, é comum que ocorra queda no nível dos rios até a chegada da temporada das chuvas, em novembro e dezembro. Mas a velocidade com que o rios estão secando preocupa.

O quadro fez com o governo federal convocasse uma reunião para avaliar formas de acelerar a dragagem de rios na região. Os ministros de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e dos Transportes, Renan Filho, foram mobilizados. O ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, também acompanha a situação.

Lima diz que alguns municípios já estão praticamente isolados. Até agora, 15 cidades declararam situação de emergência e cerca de 100 mil pessoas foram atingidas.

O governo do Amazonas projeta que, até o fim do próximo mês, 59 dos 62 municípios decretem emergência.

Isso significa que a população destas cidades sofrerá sérias restrições no recebimento de alimentos e água. Além disso, cerca de 20 mil crianças podem ficar sem ter como chegar às escolas.

Lima também afirma que a estiagem já compromete a chegada de insumos e a distribuição de produtos da Zona Franca de Manaus.