Após ser alvo da ‘Operação Seronato’, Delegado Pablo cria PL contra crime organizado

Em maio de 2020, o juiz Marllon Souza, da 2ª Vara Criminal da Justiça Federal do Amazonas, informou, que eram sigilosos os autos das investigações contra o deputado federal Pablo Oliva (PSL), o Delegado Pablo, dois familiares dele, dois empresários e uma ex-sócia de uma das empresas envolvidas na Operação Seronato.

Segundo a Polícia Federal, o Delegado Pablo estava envolvido com crimes de corrupção passiva, falsidade ideológica e lavagem de dinheiro.

Entre os locais em que a Polícia Federal cumpriu os mandados de busca e apreensão estava o Condomínio Vila Rica, na Avenida Efigênio Salles, zona centro-sul de Manaus, onde mora a mãe de Pablo Oliva. Eda Maria é ex-diretora do Idam (Instituto de Desenvolvimento Agropecuário e Florestal Sustentável do Estado do Amazonas).

Segundo a PF, Pablo teria se prevalecido do cargo de delegado ao fazer mau uso das informações obtidas durante a investigação da Operação Udyat para viabilizar a venda da empresa Só Mudas Agroflorestal Ltda., pertencente a Eda Maria, por R$ 500 mil. Para a Polícia Federal, a empresa “não detinha ativos tangíveis ou intangíveis que justificasse o valor da negociação”.

A Polícia Federal deflagrou a Operação Seronato em maio do ano passado.

Quanta ironia:  Projeto de Lei  criado em Maio de 2021, de autoria do Delegado Pablo entrega para a polícia os bens apreendidos oriundos do crime organizado

Os carros, barcos, aviões, imóveis e até armamentos apreendidos pela polícia no combate ao crime organizado poderão ser usados pelas forças policiais para enfrentar facções criminosas e a lavagem de dinheiro no Brasil.

É o que propõe o projeto de lei apresentado pelo deputado federal Delegado Pablo (PSL-AM), que propõe mudança no Código de Processo Penal Brasileiro. O deputado é membro titular da comissão de Segurança Pública da Câmara Federal.

Segundo o projeto, as forças policiais poderão usar quaisquer bens ou materiais apreendidos por suspeita de uso de criminosos. A medida garante o uso imediato pelas forças policiais, desde que não tenha manifestação judiciária em contrário.

Se o projeto for aprovado pelo Congresso, as forças policiais poderão usar, de forma ágil, os carros, barcos, aviões e armamentos que antes estavam nas mãos de grupos criminosos.