Investigação da Polícia Federal aponta indícios de continuidade de fraudes na gestão de Patrícia Lopes

Amazonas – Embora a prefeita de Presidente Figueiredo (município distante 128 quilômetros de Manaus), Patrícia Lopes (MDB), tenha afirmado que a Operação Corredeira Inflamável nada tem a ver com a sua gestão, um dos alvos da operação é diretamente ligado a ela, e ainda, há indícios de continuidade de fraudes na gestão atual.

A operação da Polícia Federal (PF) cumpriu dez mandados de busca e apreensão e quatro de prisão temporária em Manaus e Presidente Figueiredo, nesta quinta-feira (8). O sogro da prefeita, o empresário Deusimar Maia da Silva, mais conhecido como “Dedeu”, é um dos investigados pela polícia que, ontem, fez busca e apreensão na casa dele, em Presidente Figueiredo.

Dedeu é pai de Bruno Silva, esposo de Patrícia Lopes, e irmão de Osimar Maia da Silva, apelidado de “Trouxa”, considerado um dos maiores empresário do estado que, inclusive, já foi alvo de denúncias por irregularidades em contratos.

Apesar de a operação estar investigando Dedeu por um contrato assinado em 2019, na gestão do ex-prefeito Romeiro Mendonça, a mesma empresa já foi alvo de investigação do Ministério Público do Estado por um contrato assinado na gestão da atual prefeita.

Dedeu e a Operação Corredeira Inflamável

A ação da PF realizada nesta semana visa desarticular um esquema de desvio de recursos públicos por meio de fraudes na contratação de empresas para fornecimento de combustíveis para as secretarias do município.

Dedeu venceu uma licitação e deveria fornecer gasolina e diesel às secretarias do município. Porém, a PF apurou que a empresa vencedora não possui posto na cidade, nem licença para operar ali, e outra empresa foi contratada para prestar o serviço “terceirizado”. Com isso, constatou-se uma transferência de R$ 249.509,68 para outra licitante, e um superfaturamento de R$ 3,9 milhões.

O sogro de Patrícia e o ex-prefeito Romeiro Mendonça são investigados pelos crimes de fraude em licitação, peculato e associação criminosa. Se condenados poderão cumprir pena de até 12 anos de reclusão.

Conforme a Controladoria-Geral da União (CGU), que deu início a investigação e avaliou recursos públicos federais no município, também há indícios de continuidade das fraudes em licitação no ano de 2020, ou seja, na gestão da atual prefeita Patrícia Lopes.