O ex-ministro da Saúde Eduardo Pazuello é alvo de uma ação do Ministério Público Federal (MPF) no Amazonas por improbidade administrativa por omissão diante do recrudescimento da epidemia de Covid-19 no Amazonas, nos meses de dezembro e janeiro. Além de Pazuello, outras cinco pessoas também irão responder por omissão.
O MPF acusa o Ministério da Saúde de ter retardado suas ações no combate à Covid no Amazonas e não ter supervisionado o fornecimento de oxigênio no estado antes do colapso que aconteceu no dia 14 de janeiro.
A fornecedora de oxigênio White Martins relatou por meio do gerente Christiano Cruz, que após muitas tentativas, a empresa só conseguiu se reunir com integrantes do Ministério da Saúde para relatar a falta de oxigênio às vésperas do colapso.
Para o MPF Pazuello e seus secretários “tinham ciência do vertiginoso e descontrolado aumento de casos no Amazonas na segunda metade do mês de dezembro”.
Ainda conforme o relatório, a equipe do ex-ministro Eduardo Pazuello havia recebido um ofício da empresa no dia 8 de janeiro alertando sobre a insuficiência dos estoques de oxigênio, mesmo assim, só reuniu com a White Martins no dia 11. O colapso aconteceu três dias depois, e pacientes passaram a morrer por falta de oxigênio.
Apesar dos alertas, em coletiva de imprensa em 18 de janeiro, o então ministro admitiu que foi informado pela White Martins sobre o problema, mas afirmou que a falta de oxigênio em Manaus foi uma “surpresa”.
Na ação o Ministério Público também cobra o ex-secretário por ter feito um tour” por 13 unidades básicas de saúde do município para falar sobre “tratamento precoce” contra a Covid-19 baseado em medicamentos sem comprovação científica no combate à doença como cloroquina e hidroxicloroquina. Tudo isso, em meio ao colapso pela falta de oxigênio em Manaus, que matou centenas de pessoas.