Profissionais da casa de massagem que tiveram o estabelecimento fechado pela PM alegam perseguição

Uma mulher que se identificou como ‘Valentina’, nome fictício utilizado, que trabalha em uma casa de massagem, no Dom Pedro, na Zona Oeste de Manaus, relatou nesta quinta-feira (25),  estar sendo perseguida por um vizinho do estabelecimento.

Segundo a mulher, que trabalha a algum tempo na ‘casa das primas’, situada na rua Mem de Sá, por duas vezes, policiais militares e civis interoperam as atividades, alegando que elas estavam descumprindo as medidas sanitárias .

“Nós não atendemos ninguém sem hora marcada e tomamos todos os cuidados exigidos, tanto para a nossa segurança quanto para a segurança dos nossos clientes, que pagam pelo serviço e merecem todo o nosso respeito”, disse ‘Valentina’.

Segundo a mulher, o denunciante alegou que elas estavam com o som em alto volume e na maior bebedeira, no entanto, não era verdade. A verdade, segundo ‘Valentina’, quem cometeu arbitrariedade foram os policiais, já que chegaram ao local sem mandado, e invadiram e intimaram as meninas que estavam trabalhando, para conseguir o pão de cada dia.

Vizinho encrenqueiro

Para ‘Valentina’, o único problema é o vizinho, um homem totalmente desajustado e implicante, que em por diversas vezes, entrou no local e agrediu uma das mulheres.

“É ele que denuncia. Ele é um desajustado, vive aqui, gritando com a gente”, reclamou ela.

Que disse ainda, que as moças já foram constrangidas em outras ocasiões por esse homem, que mora ao lado da casa de massagem, na rua Mem de Sá. Elas relataram que ele usa palavras de baixo calão para se dirigir a elas e, que o único que merece ser preso é ele, por desrespeito e atentado à segurança delas.

“Nós trabalhamos com toda discrição, respeito e cuidado. Não prejudicamos ninguém, nem temos essa intenção”, disse a moça, que sugeriu que os policiais que invadiram a casa sobre o pretexto de elas estarem fazendo algazarra onde trabalham, fossem verificar as bocas de fumo e as casas onde muitas mulheres estão sofrendo violência doméstica.

“Estamos tomando todos os cuidados não só contra a covid-19, mas também contra as doenças sexualmente transmissíveis. Só queremos fazer o nosso trabalho e garantir o nosso sustento”, suplicou.

Entenda o caso

A Polícia Militar do Amazonas prendeu três mulheres, na noite desta quarta-feira (24), em uma casa de massagem no bairro Dom Pedro, zona centro-oeste de Manaus, por descumprimento de medida sanitária. A abordagem ocorreu após denúncia anônima informando sobre as aglomerações no local em virtude de programas sexuais.

No local, foram apreendidos cadernos com registro de programas sexuais com clientes, máquinas de cartão de crédito e a quantia de R$ 900 em espécie.

A abordagem ocorreu após denúncia sobre as aglomerações em virtude de programas sexuais; é a segunda vez que o local é interditado este ano.

Os Policiais militares do Comando de Policiamento Especializado (CPE) realizaram a abordagem por volta das 21h30

É a segunda vez que a casa de prostituição é alvo da polícia, neste ano. A primeira ocorrência, também motivada por denúncia de moradores, aconteceu no dia 9 de fevereiro. Na ocasião, os policiais localizaram porções de drogas e prenderam oito mulheres.

O caso foi registrado no 19º Distrito Integrado de Polícia, no bairro Santo Agostinho.