Proposta de subsídio ao Diesel não agrada empresários da Zona Franca

Empresários consideraram a proposta de usar incentivos do Polo de bebidas da Zona Franca de Manaus (ZFM) para compensar o subsidio do diesel,a um absurdo e um ataque direto aos interesses do Polo Industrial de Manaus.

Em nota emitida na segunda-feira (1º), mesmo dia em que o Governo Federal publicou medida provisória para zerar os impostos federais do diesel e gás de cozinha, a Associação Brasileira dos Condutores de Veículos Automotores (Abrava) sugeriu a retirada do IPI das empresas fabricantes de concentrados de refrigerantes na ZFM. “Simples, aí o Governo não irá ferir a Lei de Responsabilidade Fiscal e estará de fato tomando medida em prol da população brasileira”, diz a Abrava.

Para os empresários do Amazonas, além perigosa, a proposta desrespeita o modelo da Zona Franca de Manaus, consolidado mediante alicerces constitucionais. Para o Presidente da Federação das Indústrias (FIEAM), Antônio Silva, esse é um assunto sensível e complexo de ser equacionado.

“Contudo, temos plena convicção de que a solução não passa pela redução dos incentivos fiscais à cadeia de bebidas. Em verdade, não houve ampliação dos incentivos em momento algum, a alíquota havia partido de 20% para 4%, e agora se encontrou um ponto de equilíbrio, em 8%. Esse é um setor que gera emprego, renda e dignidade justamente no interior do Estado, aonde a população mais necessita”, disse o presidente.

No entanto, Antônio Silva considera o pleito da classe extremamente relevante. “E tem impacto em toda a cadeia produtiva, haja vista serem responsáveis diretos pela operacionalização da logística, entretanto, existem outras formas de compensação que o governo pode conferir sem prejudicar uma cadeia produtiva consolidada como a de bebidas”, disse o empresário.