Manaus – O médico Mario Vianna, um dos autores do pedido de impeachment do governador Wilson Lima e do vice Carlos Almeida, coincidentemente é sócio da empresa Instituto dos Cirurgiões do Estado do Amazonas, que mantém contrato com o Estado desde o ano de 2011, mas o valor precisou ser reduzido ano passado. A medida aconteceu em outubro, quando o governo precisou prorrogar o contrato, mas acertou o valor de R$ 3,8 e não mais R$ 4,1 milhões.
Pouco mais de seis meses da redução o Sindicato dos Médicos entrou com um pedido de impeachment contra o governador. Segundo a petição inicial, “Desde o início de 2019, o Estado sobrevive em meio a uma severa crise, sendo a sua principal vertente, a saúde pública”. Vale lembrar que a Operação Maus Caminhos estima que pelo menos R$ 100 milhões foram desviados dos cofres da saúde até 2016, quando a operação foi deflagrada, e há três anos o Estado tenta se recuperar do rombo. De 2016, o contrato de Mario teve pelo menos oito aditamentos.
Mario Vianna e a médica peruana Patrícia Sicchar são os autores do pedido de impeachment. Eles também são apontados como ‘patrocinadores dos movimentos ‘Fora Wilson Lima’, no meio de uma pandemia que pede que às pessoas fiquem em casa. No decorrer da petição inicial, eles listam ações que eles ‘acham’ que o governo do Estado deveria ter feito durante o combate ao Coronavírus e relacionam com críticas já superadas à gestão, como o aumento que não aconteceu a servidores do primeiro escalão e o patrocínio de eventos culturais.
Eles só esqueceram de mencionar que em 2016, existia uma parceria do Sindicato dos Médicos com o Governo do Estado e da Prefeitura de Manaus que chegou a patrocinar uma revista do Simeam, publicada em 2017. O presidente do sindicato na época já era o médico Mário Vianna, candidato derrotado ao cargo de conselheiro federal do Conselho Federal dos Médicos (CFM) e pré-candidato à reeleição de presidente do Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam).
