Semsa desmente Pazuello e confirma que comunicou sobre falta de oxigênio no dia 7 de janeiro

A Secretaria de Saúde do Amazonas informou que comunicou o Ministério da Saúde sobre a iminente falta de oxigênio no estado no dia 7 de janeiro, oito dias antes do colapso nos hospitais. Segundo o órgão, “a comunicação foi feita por telefone ao ministro Eduardo Pazuello”.

A informação desmente o que foi dito por Pazuello em depoimento à CPI da Covid, nesta quarta-feira (19). Ele disse que tomou conhecimento dos riscos de desabastecimento no dia 10 de janeiro, à noite, em reunião com o governador Wilson Lima e o secretário de Saúde.

No mês de janeiro deste ano, o Amazonas atingiu tristes recordes de mortes, casos e internações por Covid. Naquele mês, houve superlotação nos hospitais e falta de oxigênio em toda a capital. Os hospitais ficaram sem oxigênio nos dias 14 e 15 de janeiro.

“Não alertaram [antes], apenas no dia 10 à noite, pessoalmente. Eu acredito que as medidas possíveis a partir do dia 10 foram executadas, todas executadas”, disse o ministro à CPI.

O senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP), vice-presidente da CPI, disse que, em depoimento à Polícia Federal, o secretário de Saúde do Amazonas, Marcellus Campelo, afirmou ter avisado Pazuello da falta de oxigênio no dia 7. Essa fala está registrada no depoimento de Campelo à PF.

“Não. Ele disse que dia 7 ele falou comigo, mas ele não disse no depoimento que me alertou sobre colapso de oxigênio”, esquivou-se Pazuello.

Ainda na CPI, Pazuello afirmou que o estoque de oxigênio hospitalar em Manaus ficou negativo durante três dias em janeiro. A fala gerou revolta de senadores na comissão. Eduardo Braga (MDB-AM) disse que o ex-ministro estava mentindo e que a carência do insumo durou mais.

O Amazonas só regrediu para a fase laranja em março deste ano, após enfrentar a roxa e vermelha desde janeiro.

Fonte: G1