10 livros feministas para começar a ler no Dia Nacional do Livro

Um livro pode ser uma coleção de folhas de papel reunidas em cadernos cujos dorsos são unidos por cola ou costura, mas, em seu sentido conotativo, pode levar um leitor às mais incríveis viagens no tempo, na história ou mesmo trazer força e poder para as pessoas.

No dia 29 de outubro é comemorado o Dia Nacional do Livro e a escolha desta data foi uma homenagem ao dia em que foi fundada a Biblioteca Nacional do Brasil, localizada no Rio de Janeiro, quando a Real Biblioteca Portuguesa foi transferida para cá, em 1810.

A primeira obra impressa em terras tupiniquins foi escrito por um homem, o poeta português Tomás Antônio Gonzaga, que homenageou sua amada e eternizou seu nome no livro Marília de Dirceu, reproduzido no mesmo ano da chegada das prensas ao país.

Hoje, existem grandes mulheres escritoras que dominam o mercado editorial nacional e mundial que aproveitam a coleção de folhas reunidas em cadernos para apresentar ao mundo o que é o feminismo e por que ele deve ser introduzido já em nossa sociedade.

A reportagem separou 10 títulos imprescindíveis para que você comece a lê-los imediatamente, um a um, para entender melhor sobre este movimento e entender a importância dele para as mulheres.

Angela Davis

Uma Autobiografia (Angela Davis) – Aproveitando o burburinho em torno da vinda da filósofa norte-americana ao Brasil, este livro para te fazer entender a história que a transformou em ícone feminista e da luta pela abolição prisional e pelos direitos humanos no mundo. A obra é um retrato contundente das lutas sociais nos Estados Unidos durante os anos 1960 e 1970 pelo olhar de uma das maiores ativistas de nosso tempo. A falsidade das acusações contra Davis, sua fuga, a prisão e o apoio que recebeu de pessoas de todo o mundo são comentados em detalhes por essa mulher que marcou a história mundial com sua voz e sua luta. (Editora Boitempo, R$ 40)

Mulheres e Poder: Um Manifesto (Mary Beard)

Uma das mais respeitadas e conhecidas historiadoras contemporâneas, ela escreve um verdadeiro manifesto feminista. Baseado em duas palestras proferidas por ela nos últimos anos, o livro traça as origens da misoginia desde os tempos antigos e mostra que esse ódio continua tendo voz. A autora apresenta inúmeros exemplos de como as mulheres sempre foram proibidas de terem um papel de liderança na vida civil. (Editora Crítica, R$ 37)

Os Homens Explicam Tudo Para Mim (Rebecca Solnit)

Em seu ensaio icônico, a autora foca seu olhar inquisitivo no tema dos direitos da mulher começando por nos contar um episódio cômico: um homem passou uma festa inteira falando de um livro que ‘ela deveria ler’, sem lhe dar chance de dizer que, na verdade, ela era a autora. A partir dessa situação, Rebecca vai debater o termo mansplaining, o fenômeno machista de homens assumirem que, independente do assunto, eles possuem mais conhecimento sobre o tema do que as mulheres, insistindo na explicação, quando muitas vezes a mulher tem mais domínio do que o próprio homem. (Editora Cultrix, R$ 30)

As Horas Vermelhas (Leni Zumas)

Neste romance ferozmente imaginativo, o aborto é mais uma vez ilegal nos Estados Unidos, a fertilização in vitro é proibida e uma emenda constitucional concede direitos de vida, liberdade e propriedade a todos os embriões. Em uma pequena cidade pesqueira no Oregon, cinco mulheres muito diferentes vivem os dramas causados por essas novas imposições do governo enquanto levantam questionamentos relacionados à maternidade, identidade e liberdade. (Editora Planeta, R$ 46)

A Política Sexual da Carne (Carol J. Adams)

Unindo feminismo e vegetarianismo, a obra vem transformando a maneira como milhares de pessoas enxergam o mundo desde o seu primeiro lançamento. Com argumentos sólidos e consistentes, o livro demonstra a estreita ligação entre a dominância masculina – e a consequente cultura de violência contra a mulher – e o ato de comer carne. (Editora Alaúde, R$ 33)

Objeto Sexual (Jessica Valenti)

Nesta autobiografia, a autora, uma das feministas mais proeminentes da atualidade, explora o preço que o machismo cobra na vida das mulheres. Dos assédios em transportes públicos e o medo do sucesso ao despertar sexual e a maternidade, o livro revela os momentos dolorosos, constrangedores, e às vezes “fora da lei”, que moldaram o período da adolescência e de jovem adulta de Valenti na cidade de Nova York. (Editora Cultrix, R$ 35)

Você Nasceu Para Isso (Michelle Sacks)

Sam Hurley, professor, e sua esposa Merry, cenógrafa, trocam os confortos de Nova York por um estilo de vida completamente diferente em uma casinha isolada na Suécia. Apesar do quadro idílico que o casal com um bebê recém-nascido em paisagens de contos de fada representa, problemas com raízes muito profundas ameaçam o relacionamento. Sam, que nunca contou à esposa que na verdade foi demitido da universidade, também mente sobre seu dia a dia na nova cidade. Merry, por sua vez, sempre escuta do marido que nasceu para ser dona de casa, mas não sabe o que fazer com o ódio que alimenta por todas as tarefas cotidianas: a jardinagem sem-fim, a arrumação da casa, o preparo de refeições para a família e os cuidados com um bebê que por ora só parece dar trabalho. (Editora Intrínseca, R$ 25)

Feminismo em Comum (Márcia Tiburi)

Podemos definir o feminismo como o desejo por democracia radical voltada à luta por direitos de todas, todes e todos que padecem sob injustiças sistematicamente armadas pelo patriarcado. Nesse processo de subjugação, incluem-se todos os seres cujo corpo é medido por seu valor de uso – corpos para o trabalho, a procriação, o cuidado e a manutenção da vida e a produção do prazer alheio –, que também compõem a ampla esfera do trabalho na qual está em jogo o que se faz para o outro por necessidade de sobrevivência. (Editora Rosa dos Tempos, R$ 20)

Inferior é o Car*lho (Angela Saini)

Jogando luz sobre pesquisas controversas focadas nas diferenças entre os sexos — e não nas similaridades —, resultados de estudos tendenciosos que não incluíram a outra metade da população e até mesmo o machismo impregnado em laboratórios e universidades, ela investiga o mito de que homens e mulheres são fundamentalmente diferentes em sua biologia, mostrando como traçar essa linha nos afeta não apenas individualmente, mas também como sociedade. (Editora Darkside, R$ 50)

A Força da Idade (Simone de Beauvoir)

Uma das maiores intelectuais francesas da História, a autora discorre neste livro sobre um período bastante decisivo em sua trajetória. A aproximação com a filosofia, o encontro com Jean-Paul Sartre e a eclosão da guerra em 1939 são acontecimentos que terminam por influenciar a formação literária, filosófica e política da escritora, que, mesmo em um cenário de agitação internacional, soube encontrar força no exercício da própria liberdade. (Editora Nova Fronteira, R$ 45).

As informações são da Revista Marie Claire