Forças Armadas negaram leitos em hospitais militares, mostram documentos da CPI da Covid

Nesta quarta-feira (26) a imprensa nacional divulgou que as Forças Armadas negaram a estados e municípios pedidos de internação em leitos de enfermaria e de UTI para civis, mesmo havendo vagas disponíveis em hospitais militares, segundo informações de documento assinado pelo ministro Walter Braga Netto e enviado pelo Ministério da Defesa à CPI da Covid no Senado.

 

As solicitações foram feitas por Distrito Federal, Rio Grande do Sul, Rio Grande do Norte, Amazonas e pelo município de Xanxerê, em Santa Catarina.

Não foi comunicado em que momento os governos estaduais pediram os leitos, mas as planilhas entregues à CPI mostram que, em diversos períodos de janeiro a abril deste ano, havia vagas.

Até então, uma auditoria do TCU (Tribunal de Contas da União) havia detectado pedidos por vagas em hospitais formulados pelo Governo do DF, com negativa por parte dos militares.

Só Brasília, foram quase 300 pacientes à espera de vaga de UTI na rede pública em Brasília.

Segundo auditoria do TCU, os hospitais militares consomem R$ 3,45 bilhões em dinheiro público. Um relatório da área técnica recomendou que o Ministério da Saúde requisite as vagas ociosas para civis, tanto leitos de enfermaria quanto de UTI, em situações de colapso na rede pública.

Em resposta ao documento enviado à CPI, o Ministério da Defesa argumenta que houve a impossibilidade de atender ao fornecimento de leitos porque a demanda do sistema de saúde militar era elevada.