Brasil acumula mais de 154 mil focos de calor registrados em 2024

O Brasil iniciou setembro com 154 mil focos de calor registrados este ano, de acordo com o Programa Queimadas do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). A maior concentração desses focos está na Amazônia, que respondeu por 42,7% dos registros de domingo (1º) e segunda-feira (2).

Os dados do Inpe, gerados por imagens de satélite, variam na captação de áreas entre 375 metros quadrados e 4 quilômetros quadrados, o que significa que cada foco pode representar uma ou várias frentes de fogo. Da mesma forma, uma grande frente de fogo pode ser captada por mais de um satélite e registrada como múltiplos focos.

Comparado aos dados do último boletim do Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) de sábado (31), os focos de calor seguem em alta desde o último registro até 27 de agosto, quando foram identificados pouco mais de 112 mil focos em todo o país. Embora a Amazônia seja o bioma mais afetado devido à sua vasta extensão, o município de Corumbá, no Mato Grosso do Sul, com predominância do Pantanal, lidera em números, com 4.245 focos detectados. Em seguida, está Apuí, no Amazonas, com 3.401 focos até o final de agosto.

O Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da Universidade Federal do Rio de Janeiro (Lasa-UFRJ) informou que a área da Amazônia queimada em 2024 já ultrapassou 5,5 milhões de hectares, enquanto o Pantanal perdeu 2,5 milhões de hectares até domingo.

No combate aos incêndios, o MMA relatou a presença de 1.468 brigadistas do Ibama e do ICMBio na Amazônia, além de 391 profissionais no Pantanal, com apoio adicional de 343 militares, 79 membros da Força Nacional de Segurança Pública e 10 da Polícia Federal. O governo federal também está utilizando 18 aeronaves e 52 embarcações.

Além disso, na última terça-feira (27), o Supremo Tribunal Federal concedeu um prazo de 15 dias para o governo federal aumentar o efetivo e os recursos destinados ao combate aos incêndios na Amazônia e no Pantanal. O cumprimento desta medida será avaliado em audiência marcada para 10 de setembro, no contexto de três ações de descumprimento de preceito fundamental (ADPFs) relacionadas ao tema.