Bruno diz que Macarrão sabe de toda a ‘verdade’ inocenta Bola, mas autoridades negam: ‘Medo de morrer’

Prestes a completar 10 anos, o crime mais chocante envolvendo um esportista brasileiro ganhou um novo – e inesperado – capítulo nesta segunda-feira (2). O goleiro Bruno Fernandes, condenado pelo assassinato da modelo Eliza Samúdio, revelou ao jornal O Tempo que o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos – o Bola – é inocente e que o ex-braço direito Luiz Henrique Romão – o Macarrão – é a chave para esclarecer as dúvidas que ainda param sobre o caso.

Ao BHAZ, autoridades descartaram a reviravolta e disseram que o atleta está com medo de morrer e atrás de holofote. A reportagem exclusiva d’O Tempo ainda aponta que o advogado da família de Eliza, José Arteiro, afirma ter ocorrido um conluio para definir as sentenças dos condenados, o que foi negado, ao BHAZ, pela juíza Marixa Rodrigues .

‘Bola inocente’

Aos repórteres Lucas Henrique Gomes e Pedro Ferreira, de O Tempo, Bruno disse que, “até que me provem o contrário, o Bola é inocente”. ” Quero avaliar a prova que liga o Bola a esse assunto. Não tem. Foi muito mais naquela época lá, que tinha que condenar, quando o Macarrão falou no júri que o ‘Bruno agora é o mandante, agora fecha. O Bola é o executor’. Tá, ele é o executor, prova isso. Prova também que eu sou o mandante”, afirmou.

O ex-policial foi condenado a 22 anos de prisão por homicídio duplamente qualificado. Ao BHAZ, a delegada Alessandra Wilke, que esteve à frente do caso, diz que é impossível Bola não ter participado do crime. “O Bola foi condenado, foi a júri, teve provas, teve tudo, não tem mais o que se falar. O Bruno pode falar o que ele quiser agora, mas o certo é que ninguém é condenado sem provas. Não tem muito o que falar, ele foi condenado”.

A delegada volta a afirmar que o goleiro tem a liberdade para falar o que quiser, mas provar será difícil. “Não cabe reabertura do caso, que pode ser o que ele quer, ele já foi condenado. Já transitou em julgado, está cumprindo a pena. Ele quer é mídia para se manter. É um caso concluído”, completa a delegada.

‘Medo de morrer’

O goleiro ainda disse que Bola só foi envolvido por conta de problemas com o Edson Moreira, delegado do caso. Ao BHAZ, a autoridade nega. “Ele [Bruno] está com medo de morrer. Está com medo do Bola sair e matar ele. Não é possível tirar o Bola de cena, o Bruno está totalmente equivocado, ele está mentindo”, disse o delegado.

Perguntado se tomaria alguma medida legal em relação às declarações de Bruno, o delegado foi enfático. “Não vou fazer nada, não tem o que fazer, ele não tem mais nada a perder. Time nenhum está aceitando ele, a sociedade não o aceita, agora ele está querendo dar uma de vítima”, completa o delegado.

Juíza nega conluio

Em outro ponto da reportagem de O Tempo, o advogado José Arteiro, defensor da família da vítima, afirmou que a juíza do caso, Marixa Rodrigues, participou de um conluio de sentenças.

Ao BHAZ, a juíza Marixa Rodrigues, atualmente responsável pelo 1º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, se limitou a dizer que não participou de nenhum tipo de conluio e que não daria outras declarações.

Bruno ainda afirmou que Macarrão é “a chave de tudo” e que espera que ele possa “contar realmente a verdade”. “Acho que ele deve isso para a sociedade. Se ele foi a última pessoa a estar com a Eliza, por que ele não fala onde ela está então? Fala o que aconteceu realmente com ela. Não o que ele falou lá no júri, porque o júri é mentira”, completou, dizendo que Macarrão já lhe confessou o que realmente houve, mas cabe ao ex-braço direito esclarecer o caso. Ainda segundo O Tempo, Macarrão não quis se pronunciar.

Relembre o caso

Bruno foi condenado, em 2013, a 22 anos e 3 meses de prisão poe cárcere privado, assassinato e ocultação do corpo de Eliza Samúdio, modelo com quem teve um filho e não reconhecia a paternidade. A pena abrangeu o fato de ele sequestrar e manter o garoto chamado de Bruninho em cárcere privado.

Bola também foi condenado a 22 anos, enquanto Macarrão pegou 15 anos de detenção. Quando Bruno foi preso, ele era jogador titular do Flamengo. O corpo de Eliza Samúdio nunca foi localizado. Ela tinha 25 anos quando desapareceu, em 2010.