Caso Gabriel Monteiro: testemunhas dizem em depoimento que foram ameaçadas

Duas testemunhas ouvidas pelo Conselho de Ética da Câmara Municipal do Rio, que investiga o vereador Gabriel Monteiro (PL), relataram nesta quarta, 25, que têm sido ameaçados. As ameaças teriam começado depois que os dois homens, que trabalhavam na assessoria de Monteiro, o denunciaram por supostos estupros, assédio sexual e moral, infração a direitos das crianças e manipulação de vídeos. Um dos depoentes chegou ao Palácio Pedro Ernesto, sede do Legislativo carioca, vestindo colete à prova de balas. O parlamentar nega todas as acusações e as atribui a questões políticas.

O colegiado ouviu dois ex-assessores do vereador. Vinícius Hayden Witeze trabalhava na produção de dossiês para Gabriel Monteiro sobre outros vereadores e deputados. Heitor Monteiro atuava na edição dos vídeos do ex-PM.

Segundo o presidente do Conselho de Ética, vereador Alexandre Isquierdo, as testemunhas reafirmaram as denúncias de manipulação de vídeos e uso de recursos públicos em benefício próprio na produção privada de conteúdo para o youtuber. Os ex-assessores entregaram prints de conversas que mantiveram com o vereador durante o período em que trabalharam para ele.

Hayden relatou ao Estadão que todos os vídeos dos chamados “experimentos sociais” eram manipulados. Em depoimento à Polícia Civil, ele contou que era responsável por investigar vereadores e outras pessoas indicadas por Gabriel. O objetivo era levantar informações para serem usadas em vídeos do vereador nas redes sociais.

Heitor também reiterou acusações de assédio moral e sexual que teria sofrido durante o período em que trabalhou para Gabriel Monteiro.

“Eu confirmei tudo aqui hoje. Meu compromisso é com a verdade. Tudo o que eu disse na delegacia eu reafirmei aqui. Tenho recebido ameaças, vou registrar na delegacia e tenho andado com seguranças”, disse após depoimento que durou cerca de três horas.

As oitivas de testemunhas começaram nesta quarta-feira, 25, e seguem até 9 de junho.