DJ está entre presos por suspeita de hackear celulares de Moro e Deltan

A Polícia Federal cumpriu na terça-feira (23), quatro mandados de prisão temporária e sete de busca e apreensão cujos alvos são supostos hackers ou de pessoas que teriam atuado em conjunto para hackear celulares de autoridades como o ex-juiz e ministro da Justiça, Sergio Moro, e o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba. .

Um dos presos foi Gustavo Henrique Elias Santos, 28, morador de Araraquara (SP), trabalhava como DJ na cidade e já respondeu a processo sob acusação de porte ilegal de arma. A prisão de Santos surpreendeu sua família, que diz acreditar em um erro da investigação.

Outros dois homens e uma mulher também foram presos nas cidades de Araraquara, São Paulo e Ribeirão Preto (SP). A reportagem não conseguiu confirmar, até o momento, os nomes dos demais investigados.

O advogado de Santos, Ariovaldo Moreira, disse que conhece o rapaz há anos e nunca soube de envolvimento dele com atividades de hackers.

A PF chegou aos suspeitos por meio da perícia criminal federal, que conseguiu rastrear os sinais dos ataques aos telefones. Para investigadores, o grau de capacidade técnica dos hackers não era alto.

A investigação não estabelece com exatidão se o grupo investigado em São Paulo tem ligação com o pacote de mensagens dos procuradores da Lava Jato obtido e divulgado pelo site The Intercept Brasil.

As ordens de prisão foram expedidas pelo juiz Vallisney de Souza Oliveira, da 10ª Vara Federal em Brasília. O delegado da PF à frente do caso é Luís Flávio Zampronha, que em 2005 e 2006 presidiu o inquérito policial que apurou o escândalo do mensalão.

O inquérito foi aberto em Brasília para apurar, ataque aos aparelhos de Moro, do juiz federal Abel Gomes, relator da Lava-Jato no TRF-2 (Tribunal Regional Federal da 2ª Região), do juiz federal Flávio Lucas, que atua no Rio, e dos delegados Rafael Fernandes e Flávio Reis, da PF em São Paulo.

Segundo investigadores, a apuração mostrou que o celular de Deltan Dallagnol também foi alvo do grupo. O caso de autoridades da Lava-Jato em Curitiba está sendo tratado em inquérito aberto pela Polícia Federal no Paraná.

Nota da PF

Leia abaixo a íntegra de nota divulgada pela Polícia Federal:

Brasília/DF – A Polícia Federal deflagrou, na manhã de hoje (23/07), a Operação spoofing com o objetivo de desarticular organização criminosa que praticava crimes cibernéticos.

Foram cumpridas onze ordens judiciais, sendo sete Mandados de Busca e Apreensão e quatro Mandados de Prisão Temporária, nas cidades de São Paulo/SP, Araraquara/SP e Ribeirão Preto/SP.

As investigações seguem para que sejam apuradas todas as circunstâncias dos crimes praticados.

As informações se restringem às divulgadas na presente nota.

Spoofing é um tipo de falsificação tecnológica que procura enganar uma rede ou uma pessoa fazendo-a acreditar que a fonte de uma informação é confiável quando, na realidade, não é.