Eduardo Braga é excluído do G7 após se aliar à base governista por interesse na privatização da Eletrobras

Na sessão da CPI desta quarta-feira (30), o clima ficou pesado entre os representantes do Amazonas na CPI da Covid. O presidente da comissão, senador Omar Aziz (PSD) e o  senador Eduardo Braga, líder do MDB no Senado trocaram farpas e acusações devido a discordâncias em relação ao andamento das investigações no senado. Braga tem se mostrado cada vez mais distante dos ideias do G7, o qual faz parte, formado inicialmente por sete senadores independentes e de oposição.

Senadores da Comissão Parlamentar de Investigação estão aparentemente desconfortáveis com as atitudes de Braga e suspeitam que ele já trocou de lado e se aliou à base governista.

O que para alguns parlamentares pode ser uma surpresa, para quem tem memória política não é. O senador é conhecido nos bastidores da política como um ‘JUDAS’, um exímio traidor.

Só para citar um caso Eduardo Braga foi líder do governo Dilma no Senado entre 2012 e 2014. Comandou o Ministério de Minas e Energia entre janeiro de 2015 e abril de 2016, contudo, votou pelo impeachment da aliada. Na época, Braga a senadora Kátia Abreu, que foi ministra da Agricultura de Dilma, reagiu contra o ex-colega que apoiou o impeachment da petista, chamando-o de “hipócritas”. Para ela o “oportunismo” de Braga era abominável.

Brasília – DF, 01/01/2015. Cerimônia de posse do segundo mandato da Presidenta da República Dilma Rousseff e do Vice-Presidente da República Michel Temer. Foto: Roberto Stuckert Filho/PR.

Cientistas políticos atribuem que o mesmo oportunismo político, a conveniência partidária em busca de interesses próprios, se faz presente ainda hoje no senador Eduardo Braga. Ele se coloca com uma enorme incoerência quando se manifesta contrário às estratégias e imposições do G7 na condução dos depoimentos relativos às investigações na CPI.

Segundo informações extraoficiais, Braga está interessado na privatização da Eletrobras, sendo inclusive, um possível cotista. O ex-ministro de Minas e Energia no governo Dilma Rousseff (PT), a quem traiu, propõe que 50% do valor arrecadado com a concessão seja direcionado a um fundo existente, porém, segundo o que se comenta nas reuniões, é que o senador pretende mesmo é saquear a Eletrobrás e aumentar o próprio patrimônio.

A base do G7 considera uma incoerência que Eduardo Braga esteja faltando às reuniões do grupo e apresente suspeitas de estar em concordância com a atuação do atual governo.

Diante das suspeitas que estão cada vez mais contundentes o grupo majoritário da CPI da Covid, já excluiu o senador Eduardo Braga (MDB-AM).

Apontado com um cotista da Eletrobras, Braga demonstra um interesse cada vez maior na privatização da estatal. As suspeitas aumentaram quando ele se aproximou do empresário Lírio Parisotto, que também é cotista e foi acusado de receber informação privilegiada de privatização da Eletrobras. Entre 2010 e 2018, Parisotto foi o segundo suplente do senador  Eduardo Braga.

Procurado pela imprensa, Braga não respondeu.