
A Havan registrou aumento nos casos de furtos em suas lojas após a suspensão da divulgação de vídeos que mostravam suspeitos em flagrante. A interrupção da campanha “Amostradinhos do Mês”, determinada pela Agência Nacional de Proteção de Dados (ANPD), fez com que os índices de ocorrências retornassem aos patamares anteriores, segundo a empresa.
A iniciativa, lançada em 2024, consistia em publicar mensalmente vídeos com flagrantes de furtos, exibindo o rosto dos envolvidos. Cada gravação, acompanhada do slogan “Quem não quer aparecer aqui, é só não furtar”, chegava a 25 milhões de visualizações nas redes sociais da rede. Durante o período de exibição, a Havan afirma ter registrado queda superior a 50% nos casos de furto.
Em maio, o Ministério Público de Santa Catarina acionou a ANPD, alegando que a exposição das imagens violava a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD). No fim de junho, a agência determinou a suspensão da divulgação, sob risco de multa de até R$ 50 milhões, até a análise completa do caso.
Desde então, a rede afirma ter observado aumento nas ocorrências, principalmente à noite.
– Só em setembro, registramos 64 furtos noturnos, quase metade de todos os casos do ano. No acumulado de 2025, já são 131 ocorrências – informou a assessoria da Havan.
O fundador da empresa, Luciano Hang, relaciona diretamente a alta nos crimes à suspensão dos vídeos:
– Criminosos não temem apenas a Justiça ou a polícia; sentem vergonha de serem reconhecidos por familiares, amigos ou vizinhos. Quando expostos, pensam duas vezes antes de agir – afirmou.