Indiciamento duplo: Ministro de Lula e sua irmã estão envolvidos em inquérito

Brasil – A Polícia Federal (PF) indiciou Juscelino Filho, ministro das Comunicações, e sua irmã Luanna Rezende, prefeita de Vitorino Freire, no Maranhão, por suposto desvio de emendas parlamentares destinadas à pavimentação de ruas na cidade. Luanna chegou a ser afastada do cargo em 2023, mas retomou o mandato por determinação do Supremo Tribunal Federal (STF).

Juscelino foi indiciado por organização criminosa, lavagem de dinheiro e corrupção passiva. Luanna, por sua vez, foi acusada de integrar a organização criminosa. Enquanto Rezende não se manifestou, Juscelino declarou que a investigação “parece ter se desviado de seu propósito original” e comparou os métodos aos usados na Operação Lava Jato, conforme reportado pelo jornal O Globo.

Segundo a PF, Juscelino fazia parte de um esquema de fraudes em licitações de obras com verbas federais da estatal Codevasf. As investigações indicam que ele desviava emendas parlamentares quando era deputado federal, direcionando os recursos para obras em Vitorino Freire, cidade administrada por sua irmã.

O inquérito no STF é relatado pelo ministro Flávio Dino, o mais recente indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A PF enviou o relatório final, que tramita sob sigilo, ao ministro.

Juscelino entrou na mira da PF após serem encontradas mensagens entre ele e Eduardo José Barros Costa, empresário conhecido como Eduardo DP, sócio oculto da Construservice. Esta empreiteira é a vice-líder em licitações da Codevasf e principal empresa envolvida no esquema. Eduardo DP foi preso na primeira fase da Operação Odoacro. A PF descreveu como “cristalina” a relação criminosa entre Juscelino e Eduardo DP.

O presidente Lula minimizou o indiciamento de Juscelino, afirmando que ser indiciado não implica necessariamente ter cometido um erro e ressaltou que Juscelino tem o direito de provar sua inocência. As declarações foram feitas em Genebra, na Suíça, onde Lula participava do lançamento da Coalizão para Justiça Social da Organização Internacional do Trabalho (OIT), antes de seguir para a Cúpula do G7 na Itália. Lula afirmou que conversaria com Juscelino para tomar uma decisão sobre o assunto.