Mais de 750 militares de carreira deixam o Exército em cinco anos

Dados do Exército Brasileiro apontam aumento no número de oficiais e sargentos de carreira que deixam a vida militar. Entre janeiro de 2020 e agosto de 2025, foram registrados 414 pedidos de baixa de oficiais e 349 de subtenentes e sargentos.

Militares de carreira ingressam por concurso público, passam por cursos de formação em academias e centros especializados e, assim, alcançam estabilidade. Há também militares temporários, que podem permanecer nas Forças Armadas por até oito anos.

O Exército afirma não ter dados precisos sobre os motivos dos desligamentos, considerando que, na maioria dos casos, a decisão é pessoal. Oficiais de carreira podem chegar principalmente aos postos de coronel ou general, enquanto subtenentes e sargentos têm possibilidade de alcançar até o oficialato, em casos específicos, até o posto de capitão.

Ainda assim, militares frequentemente citam insatisfação com a remuneração. Os salários são menores que os do funcionalismo federal, os reajustes costumam ser parcelados e abaixo da inflação, e o tempo necessário para atingir patamares mais altos é longo: de 17 a 25 anos, contra até 15 anos na Polícia Federal.

Além disso, a carreira mantém regras rígidas, com jornadas longas, trabalho em finais de semana e feriados, restrições de férias, transferências frequentes e pouca flexibilidade, o que afeta a vida familiar e limita oportunidades para cônjuges.

Somente desde 2024, 211 sargentos e subtenentes pediram baixa, enquanto 203 oficiais deixaram a carreira, especialmente nas áreas de medicina e engenharia.