
Quatro em cada dez brasileiros jogam ou conhecem alguém próximo que participa de apostas esportivas online, segundo pesquisa do Instituto de Pesquisas Sociais, Políticas e Econômicas (Ipespe), em parceria com a Confederação Nacional das Instituições Financeiras (CNF) e a Federação Brasileira dos Bancos (Febraban). Além disso, 21% dos entrevistados afirmaram que já deixaram de apostar.
O levantamento, realizado entre 15 e 23 de outubro, entrevistou 2 mil pessoas em todas as regiões do país para analisar percepções, hábitos e atitudes relacionadas a apostas online.
Entre os que apostam ou convivem com apostadores, 45% relataram impacto negativo na qualidade de vida familiar. Compromissos financeiros como pagamento de contas (36%), compra de alimentos (37%) e outras despesas (41%) também foram afetados. O estudo apontou que 24% dos apostadores jogam diariamente, enquanto 52% participam entre uma e seis vezes por semana.
Marcelo Garcia, consultor da CNF e especialista em Gestão de Políticas Sociais, alertou sobre os riscos das apostas:
“Esta pesquisa ilumina um problema crescente. É um ponto de partida para mitigar impactos como endividamento e desestruturação familiar.”
Mais da metade dos entrevistados (57%) avaliou negativamente os sites de apostas, classificando-os como “ruins ou péssimos”. Apenas 17% deram avaliações positivas. Além disso, 85% demonstraram pouca ou nenhuma confiança nessas plataformas.
O Pix é o meio de pagamento mais utilizado (79%), seguido por cartão de crédito (24%), débito (18%) e transferências bancárias (17%). O gasto mensal com apostas varia de R$ 30 a R$ 500 para 52% dos entrevistados. Outros 14% gastam até R$ 30, enquanto 12% superam os R$ 500. O futebol lidera como principal modalidade, representando 60% das apostas realizadas.
O estudo reforça o impacto social e econômico das apostas online e a necessidade de regulamentação e conscientização.