Polícia Federal indicia Renato Cariani por associação ao tráfico de drogas e outros crimes

A Polícia Federal (PF) indiciou o influencer fitness Renato Cariani, 47 anos, por associação ao tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e tráfico equiparado. Os crimes preveem penas que ultrapassam 26 anos.

O Ministério Público de São Paulo (MP-SP) ainda não recebeu formalmente a documentação do indiciamento, mas segundo fontes, é possível que um novo pedido de prisão seja formulado nos próximos dias.

Um primeiro pedido de prisão, acompanhado do pedido de sequestro dos bens do influencer e de outros investigados já havia sido feito pelo MPSP às vésperas da operação contra a empresa do influencer, mas a Justiça havia negado.

Cariani prestou depoimento de aproximadamente cinco horas na tarde desta segunda-feira (18) na sede da Polícia Federal, na Zona Oeste de São Paulo. Ele chegou acompanhado do advogado, mas não falou com a imprensa.

A sócia de Cariani na empresa Anidrol Produtos para Laboratórios, Roseli Dorth e Fábio Spínola, homem apontado como elo entre o influencer e o tráfico também seriam ouvidos hoje. Entretanto, ambos não compareceram na Polícia Federal (PF) .

A investigação da operação Hinsberg mostrou que a empresa do influencer vendeu insumos que podem ser utilizados pelo tráfico de drogas. A quantidade de substâncias químicas vendidas é equivalente a mais de 15 toneladas de crack, segundo a PF.

Documentos mostram que as vendas da Anidrol desviadas para o tráfico eram simuladas com a emissão de notas fiscais para empresas que realmente manipulavam os produtos e denunciaram a atuação da empresa.

A investigação detectou a atuação de um grupo criminoso, cuja operação consistia em utilizar pessoas para realizarem depósitos de dinheiro em espécie, simulando que os pagamentos seriam de empresas farmacêuticas.

Um dos compradores dos produtos da Anidrol é Spínola, ligado ao tráfico de drogas, que já havia sido detido pela Polícia Federal (PF) em uma operação anterior. Ele teria forjado um e-mail com o nome da AstraZeneca e se passou por funcionário da AstraZeneca para realizar pagamentos para a empresa de Cariani após as vendas.

Os policiais também descobriram fraudes na forma em que os produtos eram retirados da Anidrol. Há anotações de que, de uma vez só, os suspeitos retiraram 1 tonelada de insumos em uma única viagem de moto.