Polícia Federal indicia Zambelli e hacker por invasão a sistema do CNJ

A Polícia Federal (PF) indiciou, na tarde da última quinta-feira (29), a Deputada Carla Zambelli (PL-SP) e o Hacker Walter Delgatti Neto, ambos acusados de atacar o sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A Polícia Federal (PF) afirma que ambos teriam cometido, diversas vezes, os crimes de invasão de dispositivo informático e falsidade ideológica.

O inquérito aponta que os suspeitos inseriram documentos falsos no sistema do órgão. Entre os quais, um mandado de prisão contra o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Interrogado, Walter Delgatti Neto afirmou que acessou a plataforma do CNJ a pedido de Carla Zambelli e a parlamentar teria sido a responsável por repassar a ele mandado de prisão falso contra Alexandre de Moraes. O documento foi incluído no Banco Nacional de Mandados de Prisão (BNMP).

O hacker, que ficou conhecido por vazar conversas de procuradores da Lava Jato, disse que recebeu pagamentos pelo serviço. A Polícia Federal (PF) achou o rastro dos pagamentos.

Em nota, a defesa de Carla Zambelli negou as acusações.

“A defesa da deputada Carla Zambelli conquanto ainda não tenha analisado minuciosamente os novos documentos e o relatório ofertado pela Polícia Federal, reforça que ela jamais fez qualquer tipo de pedido para que Walter Delgatti procedesse invasões à sistemas ou praticasse qualquer ilicitude”, diz a nota.

Já a defesa de Walter Delgatti Neto afirmou que não se surpreendeu com o indiciamento, pois desde a prisão do hacker, ele havia confessado que teria participado da inserção de dados falsos ao sistema do judiciário.

“O indiciamento de Carla Zambelli confirma que Walter Delgatti Neto, a todo momento, colaborou com a Justiça, levando a PF até a mandante e financiadora dos atos perpetrados por ele”, escreveu a defesa do hacker.

Durante os ataques cibernéticos à rede do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), além do falso mandado de prisão contra Moraes, também foram incluídos dez alvarás de soltura. Contudo, Walter Delgatti Neto negou que tenha sido ele o responsável e apontou como culpado um suposto parceiro, Thiago Eliezer Martins.

Entretanto, a Polícia Federal (PF) não conseguiu comprovar a participação de Martins nos crimes. A defesa do acusado celebrou.

“Durante todo o desenrolar da investigação, Thiago Eliezer Martins colaborou plenamente com as autoridades, fornecendo todas as informações solicitadas e mantendo total transparência em suas ações. A ausência de indiciamento de Thiago Eliezer é uma confirmação de sua inocência e do respeito ao devido processo legal”, afirmou a defesa de Martins, em nota.