Prestes a completar 2 anos da tragédia: piloto de Marília Mendonça falhou ao tentar garantir pouso suave, diz delegado

As investigações a cerca do acidente aéreo com o avião da sertaneja Marília Mendonça, no dia 5 de novembro de 2021, ganhou um novo desdobramento, nesta quarta-feira (4). A hipótese foi levantada pelo delegado Sávio Assis Machado Moraes, um dos responsáveis pela investigação, quase dois anos após a tragédia.

“O piloto tinha muita experiência em voos de maior porte. Isso pode ter sido fator contribuinte para tentar alongar a perna do vento, para gerar maior comodidade na aproximação e aterrissagem, visando o conforto dos passageiros”, sugeriu o delegado.

Segundo a perícia o avião se chocou contra uma linha de energia de alta-tensão após alongar a chamada perna do vento. O termo se refere a uma manobra de preparação para o pouso. Ele representa o momento em que o piloto direciona o avião em caminho contrário à pista para, em seguida, retornar e alinhar a aeronave com o aeroporto.

A Polícia Civil concluiu que a tragédia foi causada por imprudência e negligência dos pilotos diante de tomadas de decisão. “Apresentamos a conclusão do inquérito com o máximo de respeito às famílias. Sabemos que foi um acidente, mas é função da Polícia Civil apontar a causa e materialidade”, declarou o delegado Ivan Lopes Sales.

Em nota após a divulgação do inquérito, o advogado Sérgio Roberto Alonso, representante de Vitória Medeiros, filha do piloto Geraldo Martins de Medeiros Júnior, criticou as conclusões. Para ele, o relatório “não tem fundamento nas provas do inquérito e é até injuriosa com a imagem do Piloto e Copiloto”.