Queimadas: Amazônia registra o pior mês de agosto dos últimos 12 anos

De acordo com dados coletados pelo Sistema Deter (Detecção de Desmatamento em Tempo Real), plataforma do Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais (Inpe), em relação às queimadas, a Amazônia registrou o pior mês de agosto dos últimos 12 anos.

O número já supera o “Dia do Fogo” que aconteceu em 2019, quando madeireiros e fazendeiros incendiaram a floresta no entorno da BR-163, em Novo Progresso, no sudoeste do Pará. Os constantes aumentos das queimadas têm sido percebidos por moradores de vários Estados na região, que acordam com as cidades cheias de fumaça e acabam tendo a saúde prejudicada.

Rio Branco coberta de fumaça na terça-feira (6)

No acre, por exemplo, foram registrados 95 focos de queimadas na capital Rio Branco só no dia de ontem (6), o que é considerado um recorde. Só na primeira semana de setembro o Estado teve quase 3 mil focos de queimadas, o maior valor desde 2003.

Os números do INPE indicam que as queimadas – assim como o desmatamento associado a elas – estão fora de controle na Amazônia desde 2019, quando teve início a política de desmantelamento dos sistemas federais de proteção ambiental, após o início da gestão do presidente Jair Bolsonaro (PL)

“A Amazônia é uma floresta tropical úmida e, ao contrário do que ocorre em outros biomas, o fogo não faz parte de seu ciclo natural. Os incêndios não surgem de forma espontânea no bioma e sua ocorrência está sempre associada a ações humanas – em especial ao desmatamento e à degradação florestal”, explica Mariana Napolitano, gerente de Ciências da WWF-Brasil (organização sem fins lucrativos).

No geral, as queimadas são a última fase do desmatamento e são usadas para “limpar o terreno”.  Ainda segundo os dados do Inpe, o sul do Amazonas se consolidou como a nova fronteira do desmatamento, queimadas e incêndios florestais, apesar das inúmeras promessas dos parlamentares para mudar essa situação. Os locais que mais sofreram com o desmatamento foram Apuí e Lábrea, no Amazonas, e Altamira, no Pará.

Fotos: WWF