O ex-policial Ronnie Lessa depôs virtualmente nesta terça-feira (27) na ação penal conduzida pelo Supremo Tribunal Federal (STF) contra os envolvidos no assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes, ocorrido em 2018 no Rio de Janeiro. Lessa, que está preso na penitenciária de Tremembé, em São Paulo, é um dos réus no caso.
A audiência foi conduzida por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, relator do processo. Atendendo a um pedido da defesa de Lessa, que confessou o crime, a oitiva, iniciada por volta das 13h, foi realizada sem a presença dos demais réus.
Ronnie Lessa foi convocado pela acusação, representada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). Além de confessar sua participação no crime, Lessa firmou um acordo de delação premiada, no qual apontou os irmãos Brazão como os mandantes do assassinato.
O processo tem como réus o conselheiro do Tribunal de Contas do Rio de Janeiro (TCE-RJ), Domingos Brazão, seu irmão, o deputado federal Chiquinho Brazão (Sem Partido-RJ), o ex-chefe da Polícia Civil do Rio de Janeiro, Rivaldo Barbosa, e o major da Polícia Militar, Ronald Paulo de Alves Pereira. Todos são acusados de homicídio e organização criminosa e encontram-se presos.
Depoimentos
Cerca de 70 testemunhas devem ser ouvidas ao longo da ação penal, sendo os depoimentos dos réus reservados para o final do processo.
No dia 12 deste mês, Fernanda Chaves, ex-assessora de Marielle Franco, também prestou depoimento. Ela estava no carro alvejado por Lessa e sobreviveu ao ataque, afirmando que o corpo de Marielle serviu como um escudo, protegendo-a dos disparos: “Não fui atingida porque Marielle foi meu escudo”, declarou.