Saiba porque Sara Winter deve responder na justiça por ter divulgado nome de criança grávida estuprada pelo tio

Brasil – Sara Fernanda Giromini, conhecida como Sara Winter , divulgou na tarde deste domingo (16), em redes sociais o nome de uma menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio. Não satisfeita com a exposição que colocou a criança, a militante de extrema-direita também divulgou o endereço do hospital em que a menina está internada sendo tumulto na frente da unidade.

A criança teve o pedido de realização do aborto negado pelo Hospital Universitário Cassiano Antônio Moraes, no Espírito Santo, onde mora, e buscou auxílio em outro estado. A Justiça autorizou no sábado a interrupção da gravidez.

Na postagem, Sara escreveu em caixa alta o endereço da unidade de saúde, revelou o primeiro nome da criança, e usou o termo “aborteiro” para se referir ao suposto médico que realizou o procedimento. Em seguida, pediu que seus seguidores rezassem e “colocassem os joelhos no chão”.

O advogado especialista em direitos da infância e juventude Ariel de Castro, disse que a divulgação é uma violação do Artigo 17 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), que assegura a preservação da identidade da criança, bem como uma violação do Artigo 286 do Código Penal, que proíbe incitar publicamente a prática de crime.

“Incitar as pessoas a irem até o local é incitar violência contra a criança e contra os profissionais de saúde que irão atendê-la. Ela [Sara] precisaria ser investigada por meio de inquérito policial e pela promotoria da infância e da juventude”, disse.

O advogado sugere investigar como Sara teve acesso à informação. “O funcionário que revela informações também comete crime, pois viola o Artigo 325 do Código Penal”, disse.