Secretários de Saúde pedem toque de recolher nacional

Secretários de Saúde pedem toque de recolher nacional e fechamento de escolas, bares e praias contra colapso da saúde na pandemia O presidente do Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass), Carlos Lula, divulgou nesta segunda-feira (1º) uma carta com sugestões de medidas urgentes contra o iminente colapso das redes pública e privada de saúde diante do aumento dos casos de Covid-19 no Brasil.

Segundo o Conass:

  • Brasil vive pior momento da pandemia, com patamares altos em todas as regiões.
  • Falta condução nacional unificada e coerente da reação à pandemia.
  • É preciso proibir eventos presenciais, inclusive atividades religiosas.
  • É preciso suspender aulas presenciais em todo o país.
  • É preciso adotar toque de recolher nacional; fechar bares e praias.
  • É preciso ampliar testagem e acompanhamento dos infectados.
  • Deve-se criar um Plano Nacional de Comunicação para esclarecer a população da gravidade da situação.

A carta foi divulgada no momento em que o país bate recordes consecutivos de mortes e casos, e dias depois de o presidente Jair Bolsonaro ter criticado o uso de máscaras, provocado aglomerações e ameaçado governadores com corte de repasse de verbas no caso de adoção de medidas mais severas contra a circulação de pessoas.

O pedido do Conass contra a permissão para atividades religiosas foi no mesmo dia em que o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), assinou decreto que as define como serviço essencial no Estado.

No domingo (28), 45 entidades médicas também divulgaram um apelo pedindo ação contra o agravamento da pandemia. No texto, as associações defendem o uso de máscaras e criticam, indiretamente, a postura do presidente.

“Direcionamentos contrários (ao uso das máscaras) desconstroem, confundem e agravam a situação do país”, frisam as entidades.

Nos últimos dias, os governadores também puxaram reações contra o governo federal. Em uma carta aberta, 19 governadores responderam a uma postagem do presidente sobre repasses de verba. Os líderes estaduais também se mobilizam para comprar vacinas, independentemente da União.

Comparado com países que lideram o ranking da vacinação, o Brasil tem uma taxa baixa da população já imunizada. Enquanto Israel já aplicou 92 doses de vacina para cada grupo de 100 habitantes, e o Reino Unido tem a marca de 30, o Brasil tem menos de 4 injeções aplicadas a cada 100 pessoas.