Idosa é resgatada após 41 anos em trabalho análogo à escravidão

Uma idosa de 63 anos foi resgatada na última segunda-feira (25/1), após trabalhar como doméstica por 41 anos sem receber salário e sem ter direito a férias. A mulher trabalhava em uma casa de uma família em situação análoga à escravidão, na Av. Abolição, na Zona Norte do Rio de Janeiro.

A senhora morava na casa da família e dormia em um quarto pequeno e sem luz nos fundos da casa. A vítima também recebia o auxílio emergencial mas era sacado pelos empregadores.

Os resultados da “Operação Resgate”  foram apresentados nesta quinta-feira (28/1) em coletiva de imprensa. A ação teve início em 13 de janeiro e foi integrada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT), a Polícia Federal (PF), a Subsecretaria de Inspeção do Trabalho (SIT) do Ministério da Economia, o Ministério Público Federal (MPF) e a Defensoria Pública da União (DPU).

Segundo o Ministério Público do Trabalho, uma ação será instaurada para buscar uma indenização para a vítima. Um inquérito será aberto na Polícia Federal.

Foram 64 ações fiscais e identificados 486 trabalhadores sem registro na carteira de trabalho. Até o momento, 140 pessoas foram resgatadas do trabalho análogo à escravidão, que é caracterizado quando a pessoa é submetida a condições degradantes de trabalho. A maior parte delas foi em Goiás, onde foram resgatados 32 trabalhadores. Entre eles, 24 trabalhavam em plantações de laranja, e um senhor que trabalhava há 15 anos a troca de moradia.

Segundo a PF, a maioria dos casos identificados são de alojamentos precários, falta de acesso a alimentação, falta de condições de segurança e saúde e jornadas exaustivas.