
Um Soldado do Exército, identificado como Luis Alexandre de Oliveira Lessa de 20 anos, foi preso sob acusação de liderar um grupo no Telegram que promovia crimes como estupro virtual, pedofilia e incentivo à automutilação.
A operação deflagrada pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP), também apreendeu três adolescentes suspeitos de participação no esquema.
Segundo informações, o grupo intitulado “Panela Country”, reunia cerca de 600 membros e operava em plataformas como Telegram e Discord. Segundo as investigações, os participantes – conhecidos como “paneleiros” – cometiam crimes sob pseudônimos. Lessa, que também luta jiu-jitsu, era chamado de “Hitler da Bahia” ou “Sagaz” no ambiente virtual.
Ainda segundo investigações, as vítimas eram recrutadas por meio de desafios que evoluíam para coerção. Uma prática comum, segundo as investigações, era a “plaquinha”: os jovens precisavam escrever o nome do grupo em partes do corpo, às vezes com objetos cortantes, como forma de “prova de lealdade”. Posteriormente, eram chantageados com o material produzido.
A investigação também mostra que meninas eram as principais vítimas de extorsão sexual, obrigadas a participar de transmissões ao vivo com atos degradantes. Meninos também sofriam ameaças. Em um caso documentado, uma adolescente de apenas dezesseis anos teve dados pessoais e imagens íntimas vazados após um ataque coordenado pelo grupo.
Em nota, a defesa do suspeito afirmou que ele “tem demonstrado total disposição para colaborar com as autoridades”. Os advogados disseram que se manifestarão apenas no processo judicial. O Exército e o Telegram não responderam.