Tribunal de Contas da União aponta que Jair Bolsonaro concedeu registros de armas a condenados e mortos

Jair Messias Bolsonaro (PL), concedeu Registros de Armas de Colecionador, Atirador e Caçador (CAC), à condenados por tráfico, homicídio e até mesmo pessoas falecidas. É o que aponta os dados do relatório do Tribunal de Contas da União (TCU).

De acordo com o Tribunal de Contas da União (TCU), o Exército Brasileiro (EB), concedeu registros de CACs a 5.235 pessoas condenadas por tráfico de drogas, homicídio e lesão corporal. A instituição militar ainda liberou o registro de armas para 2,6 mil foragidos da justiça.

“A gravidade das condutas, por si só, já reforça indicadores de criminalidade e abala a sensação de segurança, sobretudo daqueles impactados de algum modo pelos delitos. Contudo, quando se leva em consideração que parcela significativa desses indivíduos ainda possui CRs (Certificados de Registro) ativos e acesso a armas, entende-se haver disponibilidade de meios para: a reincidência de práticas criminosas; a progressão da gravidade das condutas – por exemplo, a ameaça evoluir para um homicídio ou a lesão corporal contra a mulher evoluir para um caso de feminicídio; e a obstrução das investigações ou dos processos criminais – afinal, a arma pode ser utilizada para fuga, intimidação ou assassinato de testemunhas, entre outros”, diz trecho do relatório.

Ainda segundo o documento, mais de vinte mil armas foram atualizados em nome de pessoas que já faleceram. A auditoria aponta ainda que 22.493 “compradores” estão no CadÚnico, que registra pessoas de baixa renda, e são suspeitos de terem sido usados como laranjas para compra das armas para o crime organizado.

O Tribunal de Contas da União (TCU) ainda revela que durante o Governo Bolsonaro, os recursos para o exército fiscalizar os CACs e as armas de fogo caiu 37%, passando de R$ 30,8 milhões em 2018 para R$ 19,4 milhões em 2022.

Coincidentemente, no mesmo houve um aumento de certificado de CACs saltou de 191,4 mil para 898,3 mil, uma alta de 469%.