Varíola dos Macacos: Ministério da Saúde confirma primeira morte no Brasil

O Ministério da Saúde confirmou, nesta sexta-feira (29), a primeira morte por varíola dos macacos (monkeypox) no Brasil. O óbito foi registrado em Uberlândia (MG) na quinta; o paciente era um homem adulto com baixa imunidade.

Nesta semana, a cidade de São Paulo confirmou os primeiros casos da doença em crianças.

Comitê técnico emergencial

A Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) anunciou, na última quarta-feira (27), a criação do Comitê Técnico da Emergência Monkeypox. Segundo a agência reguladora, a atuação do grupo “permitirá ações coordenadas e céleres para salvaguardar a saúde pública”.

A Anvisa afirmou que o objetivo é acelerar o desenvolvimento de pesquisas clínicas e a autorização de medicamentos e vacinas contra a varíola dos macacos.

O foco do grupo será a atuação colaborativa das “áreas técnicas de pesquisa clínica, registro, boas práticas de fabricação e farmacovigilância, bem como das terapias avançadas, inclusive com os profissionais de saúde e a comunidade científica”.

Casos no Brasil

Até esta quarta-feira (27), o Brasil tinha 978 casos confirmados de varíola dos macacos, em 15 estados e no Distrito Federal:

  • São Paulo (744)
  • Rio de Janeiro (117)
  • Minas Gerais (44)
  • Paraná (19)
  • Distrito Federal (15)
  • Goiás (13)
  • Bahia (5)
  • Ceará (4)
  • Santa Catarina (4)
  • Rio Grande do Sul (3)
  • Pernambuco (3)
  • Rio Grande do Norte (2)
  • Espírito Santo (2)
  • Tocantins (1)
  • Mato Grosso do Sul (1)
  • Acre (1)

Os números podem variar em relação aos das Secretarias Estaduais de Saúde por causa de tempo de notificação ao ministério.

O vírus

A varíola causada pelo vírus hMPXV (Human Monkeypox Virus, na sigla em inglês) provoca uma doença mais branda do que a varíola smallpox, que foi erradicada na década de 1980.

Trata-se de uma doença viral rara transmitida pelo contato próximo com uma pessoa infectada e com lesões de pele. O contato pode ser por abraço, beijo, massagens ou relações sexuais. A doença também é transmitida por secreções respiratórias e pelo contato com objetos, tecidos (roupas, roupas de cama ou toalhas) e superfícies utilizadas pelo doente.

Não há tratamento específico, mas os quadros clínicos costumam ser leves, sendo necessários o cuidado e a observação das lesões. O maior risco de agravamento acontece, em geral, para pessoas imunossuprimidas com HIV/AIDS, leucemia, linfoma, metástase, transplantados, pessoas com doenças autoimunes, gestantes, lactantes e crianças com menos de 8 anos de idade.

Sintomas

Os primeiros sintomas podem ser febre, dor de cabeça, dores musculares e nas costas, linfonodos inchados, calafrios ou cansaço. De um a três dias após o início dos sintomas, as pessoas desenvolvem lesões de pele, geralmente na boca, pés, peito, rosto e ou regiões genitais.

Para a prevenção, deve-se evitar o contato próximo com a pessoa doente até que todas as feridas tenham cicatrizado, assim como com qualquer material que tenha sido usado pelo infectado. Também é importante a higienização das mãos, lavando-as com água e sabão ou utilizando álcool gel.