VÍDEO: Aluna trans é chamada pelo pronome masculino, chuta carteiras e caso termina em briga generalizada em escola

Durante aula em uma escola de Mogi das Cruzes, na Grande São Paulo, uma aluna trans se revoltou ao ser chamada pelo pronome masculino, chutou carteiras e acabou em uma briga generalizada. Ela também foi agredida com vários socos, inclusive no rosto.

O caso aconteceu na Escola Estadual Galdino Pinheiro Franco na Grande São Paulo, nesta quarta-feira (9), o sexto dia desde a volta às aulas no estado. Os pais reclamam da falta de professores no ensino integral e dizem que filhos não querem mais frequentar a unidade.

A confusão teria começado após uma aluna transexual ter sido chamada pelo pronome masculino. Ela então, teria chutado cadeiras do colégio e acertado em uma outra aluna mais nova. O irmão da mesma chegou a agredir a estudante trans com uma série de socos na cabeça.

Professores e pais de alunos ouvidos pela GloboNews afirmam que, a escola de ensino integral, com o projeto criado pelo governo de João Doria (PSDB), só funciona no papel. Na prática, o que se vê são colégios sem estrutura física nem funcionários e docentes em número suficiente para receber os alunos por mais tempo. No ensino integral, os alunos ficam pelo menos sete horas no colégio.

“É para isso a escola em período integral? Onde nós pais e mães deveríamos ter a segurança de que nossos filhos estão bem.. A escola Galdino Pinheiro Franco não está preparada para receber nossos filhos em período integral. Não tem funcionários suficientes e todos ficam no mesmo espaço no intervalo. Lembrando que não é a primeira briga essa semana. Isso dói na gente, ainda estou chocada”, afirma a confeiteira Adriana Santos, mãe de um aluno do de 15 anos, do primeiro ano do ensino médio.

Outra mãe, de uma aluna de 11 anos, do 5º ano do ensino fundamental, diz que a filha não quer mais ir para a escola, com medo das confusões. A irmã dela, de 9 anos, que também estuda no colégio, mas no 8º ano, também disse que não quer mais frequentar as aulas.

“Elas têm medo de serem agredidas. Contaram que os professores não têm autoridade e nem a diretora os alunos respeitam. Mas como culpa os professores? Não deveria estar todas as turmas juntas no intervalo. Deveria ter organização”, afirma a auxiliar administrativa Amanda Rosa. “Vou perder um dia de trabalho para arrumar uma transferência para elas. Minha filha tem excelentes notas, não quero que decaia.”

Procurada, a Secretaria Estadual da Educação, da gestão Doria, afirmou em nota que repudia toda e qualquer forma de agressão dentro ou fora do ambiente escolar. Segundo a pasta, o episódio foi pontual e a direção da escola agiu assim que tomou conhecimento.

“A Ronda Escolar foi acionada para garantir a segurança dos estudantes e os familiares dos envolvidos foram chamados pela direção da unidade, a fim de dar ciência dos fatos. O caso seguirá sendo apurado pela pasta, assim como pela DE e a direção da escola, para uma conclusão assertiva”, afirmou a secretaria, que também acionou a equipe do Conviva, programa de convivência e segurança da rede.

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