Atriz Berta Loran morre aos 99 anos

Conhecida por personagens como a portuguesa Manuela D’Além Mar, da “Escolinha do Professor Raimundo”, e a empregada Frosina, da novela “Amor com Amor Se Paga” (1984), Berta Loran morreu aos 99 anos, na noite de domingo (28). A veterana estava internada no hospital Copa D’Or, na Zona Sul do Rio, que confirmou a informação, na manhã desta segunda-feira (29).

“O Hospital Copa D’Or informa, com pesar, o falecimento da Sra. Berta Loran na noite de domingo (28) e se solidariza com a família, amigos e fãs por essa irreparável perda. O hospital também informa que não tem autorização da família para divulgar mais detalhes”, diz a nota..

Nos últimos anos, a atriz viveu longe dos holofotes. O último trabalho da artista em novelas foi uma participação especial em “A Dona do Pedaço” (2019), como Dinorá. Em 2016, o livro Berta Loran: 90 anos de humor (Litteris), escrito oor João Luiz Azevedo, foi lançado em homenagem a ela.

Nascida em Varsóvia, no dia 23 de março de 1926, ela recebeu o nome de Basza Ajs. Anos depois, ao desembarcar no Brasil com apenas nove anos, decidiu adotar um novo nome: Berta. Seu pai, José Ajs, era alfaiate, mas também se dedicava ao teatro, atuando em peças voltadas à comunidade judaica no país. Foi acompanhando essas apresentações que Berta descobriu sua própria paixão pelos palcos.

A estreia aconteceu cedo, aos 14 anos, e de forma bastante inusitada. “Eu sempre fui trapalhona, traquina, sapeca, danada. Com 14 anos, botei o salto alto da minha mãe e subi no palco. Quebrei o salto e saí mancando. O povo começou a rir. E eu gostei! Pensei comigo: ‘o bom é fazer rir’”, recordou ela em entrevista ao Memória Globo.

Ela estreou na Globo em 1966 e se destacou durante décadas em programas de humor na emissora.  No mesmo ano, integrou o elenco de “Riso Sinal Aberto”, ao lado de nomes como Grande Otelo, Nádia Maria e Amândio Silva Filho, sob a produção e direção de Max Nunes e Haroldo Barbosa. Poucos anos depois, entre 1968 e 1971, passou a dividir o palco com Agildo Ribeiro, Paulo Gracindo e Jô Soares no humorístico “Balança Mas Não Cai”.

A atriz também fez parte de “Faça Humor, Não Faça Guerra”, atração que marcou época ao transformar a forma de se fazer humor na televisão brasileira e que contava com nomes como Jô Soares e Renato Corte Real. Em 1974, ela participou de “Satiricom”, programa voltado a parodiar sucessos do rádio, da TV e do cinema, onde se destacou especialmente pelas versões bem-humoradas de comerciais televisivos.

A parceria com Jô Soares seguiu em “Planeta dos Homens” (1976) e em “Viva o Gordo” (1981).