Líder indígena é acusada de difamar o governo federal

A Polícia Federal intimou a líder indígena Sonia Guajajara, coordenadora executiva da Articulação dos Povos Indígenas do Brasil (Apib), em um inquérito sobre difamação aberto a pedido da Fundação Nacional do Índio (Funai). O órgão acusa a ativista e a entidade por fazer acusações que difamaram o governo federal durante a série na web “Maracá” em 2020 em defesa dos povos indígenas e contra violações de direitos cometidas contra esses povos indígenas durante a pandemia da Covid-19.

A Apib diz que uma intimação feita no último dia 26 de abril mostra que o governo federal tenta criminalizar o movimento indígena em um ato de perseguição política e racista.

“Os discursos carregados de racismo e ódio do governo estimulam violações contra nossas comunidades e paralisa as ações do Estado que promove a assistência, proteção e garantia de direitos. E agora, o governo busca intimidar os povos indígenas em uma nítida tentativa de cercear nossa liberdade. de expressão, que é a ferramenta mais importante para denunciar como violações de direitos humanos. Atualmente mais da metade dos povos indígenas foram diretamente atingidos pela Covid-19, com mais de 53 mil casos confirmados e 1059 mortos “, diz em nota enviada.

A entidade crítica a Funai e ainda que o governo tenta esconder uma realidade já reconhecida pelo Supremo. “O órgão missão missão institucional é proteger e promover os direitos dos povos do Brasil acusa a Apib de difamar o Governo Federal com a web-série“ Maracá ”, que denuncia violações de direitos cometidas contra os povos indígenas no contexto da pandemia da Covid- 19. Denúncias essas que já foram reconhecidas pelo Supremo Tribunal Federal (STF) através da ADPF 709 “, afirma a entidade em referência ao processo que cobra no STF medidas do governo no combate à Covid-19.

O presidente da Funai, Marcelo Xavier, é delegado da Polícia Federal e ligado a ruralistas.

“Não pretendem prender nossos corpos e jamais calarão nossas vozes. Seguiremos lutando pela defesa dos direitos fundamentais dos povos indígenas e pela vida!”, Finaliza o documento.