Imagens fortíssimas: rei do jogo do bicho é  brutalmente assassinado por “matadores de aluguel”; veja

Após a morte de Castor, Fernando herdou o controle das máquinas de caça-níquel e o filho Paulinho, com o jogo do bicho.

Brasil – A disputa por pontos de jogo do bicho e caça-níqueis marcou com violência a história do clã do contraventor Castor de Andrade. Mais de 20 anos após a morte do “poderoso chefão”, vítima de um ataque cardíaco em abril de 1997, sua família ainda briga pelo poder, principalmente na Zona Oeste do Rio. As informações são do G1.

Nesta terça-feira (10), Fernando Iggnácio, genro de Castor, foi executado com tiros na cabeça, no Recreio. Outros integrantes da família também morreram ou sofreram atentados durante todo esse período. Após a morte de Castor, Fernando herdou o controle das máquinas de caça-níquel e o filho Paulinho, com o jogo do bicho.

1998: assassinato de Paulinho de Andrade

Em 1998, Paulinho foi assassinado com cinco tiros na Avenida das Américas, na Barra da Tijuca. De acordo com a perícia feita na época, ele foi atingido no peito, rosto, pescoço e costas por tiros de pistola 9mm, dentro de seu carro.

Meses depois, a polícia identificou como autor dos disparos o ex-PM Jadir Simeone Duarte. Em depoimento, Duarte acusou Rogério de ser o mandante do crime.

Investigações da Polícia Federal mostram que a disputa entre os dois, entre 1999 e 2007, resultou em 50 mortes, algumas delas envolvendo policiais, acusados de prestar serviços para os contraventores.

2001: Rogério de Andrade sofre atentado em hotel

Em 2001, Rogério de Andrade foi vítima de uma tentativa de assassinato. Ele sofreu uma emboscada num apart-hotel na Barra da Tijuca, mas a arma do atirador falhou.

2010: Filho de Rogério é morto após bomba explodir no carro

Em 2010, Diogo Andrade, de 17 anos, filho de Rogério de Andrade, e um segurança morreram num atentado na Barra. O adolescente dirigia um carro de luxo, escoltado por outros dois, quando uma bomba explodiu enquanto o veículo estava parado no sinal de uma avenida da Barra da Tijuca, na zona oeste da cidade.

O atentado, de acordo com as investigações, foi uma tentativa de matar Rogério. Pai e filho haviam acabado de sair de uma academia, a 300 metros do local do acidente. Rogério sofreu apenas uma fratura no rosto.

Em 2007, Fernando Iggnácio chegou a ser preso pela Polícia Civil do Rio, e, meses depois, Rogério Andrade foi pego pela Polícia Federal. Ambos foram soltos em 2009 – Rogério voltou a ser preso em 2018.

2017: criminosos atiram contra Rogério e sua mulher

Em 2017, criminosos atiraram contra Rogério e sua mulher, Fabíola, quando eles estavam chegando na casa onde moram, em um condomínio de luxo na Barra da Tijuca, na Zona Oeste do Rio.

O contraventor sofreu apenas ferimentos leves. A polícia disse que a mulher dele foi atingida por um tiro no braço e precisou passar por uma cirurgia. Eles foram socorridos para o Hospital Barra D’or e a segurança na porta da unidade chegou a ser reforçada durante a noite. Dias depois, a polícia descartou a hipótese de atentado.

Grupo de matadores de aluguel

Em junho deste ano, o Ministério Público Estadual descobriu que o escritório do crime – um grupo de matadores de aluguel – teria sido contratado por Rogério Andrade para matar Fernando Iggnácio. As investigações mostram que integrantes do escritório do crime buscaram na internet informações para comprar uma metralhadora, capaz de romper a blindagem de veículos.

Castor de Andrade: o chefão dos chefões

A família Andrade vem de uma longa linhagem de contraventores. O mais famoso foi o patriarca, Castor de Andrade. Nas mãos dele, os negócios da família se transformaram num império do jogo do bicho.

Castor era conhecido como capo di tutti capi, ou o chefão dos chefões, e era respeitado até pelos seus pares. Ele também foi patrocinador do Bangu Atlético Clube. Sob a patrocínio de Castor, o time chegou a final do campeonato brasileiro de 1985.

Como patrono da Mocidade Independente de Padre Miguel, a escola conquistou cinco títulos. Castor foi o primeiro presidente da Liga das Escolas de Samba do Rio, a Liesa.

Ele morreu de infarto em 1997, aos 71 anos.