Pesquisadora de Manaus cria plástico biodegradável através do cará

Ana Cecília Nina Lobato, uma pesquisadora de Manaus, descobriu uma nova função para a raiz do cará, podendo ser um substituto importante para o plástico convencional. Tal fato ocorreu, pois Ana Cecília criou um filme biodegradável a partir da fécula extraída do fruto, que pode substituir o plástico de embalagens.

Tal descoberta da pesquisadora é um grande passo para a conservação do meio ambiente, porque a degradação do filme é muito mais rápida do que a do plástico convencional.

Além disso, o filme ajuda, também, na manutenção da vida de vários animais que morrem ao comer sacolas de plástico. Segundo Ana, quando as sacolas de plástico são descartadas de forma inadequada, há uma maior propensão de animais se alimentarem dessas embalagens. E quando isso ocorre, muitos morrem por engasgamento.

Já com o filme biodegradável não haverá esse problema, pois ele é digerido no tratado gastrointestinal. O filme é criado a partir da extração da fécula do cará, mais a adição de água e glicerol, deixando-o mais fino e transparente.

O material ainda passa por um processo envolvendo calor, fermentação, podendo, também, receber outros ingredientes naturais. A mandioca e a casca de banana também são alguns alimentos que podem ser usados na fabricação de filmes biodegradáveis.

Segundo a pesquisadora, outra vantagem dessa descoberta foi agregar valor à cultura do cará e abrir portas à outras culturas para a produção do filme, alternativas sustentáveis ao plástico tradicional, que utiliza derivados do petróleo.

Outra vantagem é que o cará é rico em antocianina, o que possibilita a formação de uma embalagem ativa capaz de indicar se o alimento está apto para o consumo, uma vez que a embalagem muda de cor quando o alimento estiver estragado. Ana que faz doutorado em Agronomia Tropical na Universidade Federal do Amazonas está contando com o apoio do Instituto Nacional de Pesquisa