
A Câmara Municipal de Manaus (CMM) iniciou o processo para investigar os empréstimos obtidos pela Prefeitura de Manaus no valor total de 1,75 bilhão de reais entre 2021 e 2024.
O pedido de criação da “CPI dos Empréstimos” foi protocolado nesta segunda-feira (31) por um vereador da oposição, que questiona a falta de transparência na aplicação desses recursos, que seriam destinados a obras de infraestrutura que não apresentaram resultados para a população.
Durante sessão, o autor da proposta afirmou que a maioria das obras realizadas no município veio de repasses do Governo do Estado, destacando que o próprio prefeito teria admitido a ausência de investimentos municipais significativos.
O parlamentar também levantou dúvidas sobre o destino dos 137 milhões de reais enviados pelo governo federal em 2023 para ações contra enchentes, especialmente após os recentes alagamentos que atingiram a cidade.
A Prefeitura de Manaus apresentou justificativas para os empréstimos, listando os valores anuais e suas supostas finalidades:
470 milhões em 2021 para saúde e mobilidade;
100 milhões em 2022 para trânsito e lazer;
600 milhões em 2023 para infraestrutura urbana; e
580 milhões em 2024, este último já alvo de questionamentos no Tribunal de Justiça do Amazonas (TJ-AM).
A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), se aprovada, terá como objetivo principal apurar o uso desses recursos, investigar possíveis irregularidades e esclarecer a falta de transparência nos contratos firmados pela administração municipal.
A comissão terá 120 dias para colher depoimentos e documentos que possam elucidar se os valores emprestados foram efetivamente aplicados em benefício da população ou se houve desvios de finalidade. A situação coloca em “check” a gestão financeira da Prefeitura de Manaus nos últimos quatro anos.