Declarações contra o modelo de desenvolvimento da Zona Franca de Manaus (ZFM) continuam reverberando de forma negativa no meio político do Amazonas

Rodrigo Maia (DEM-RJ), presidente da Câmara dos Deputados afirmou que não faz sentido a Moto Honda continuar instalada no Polo Industrial de Manaus (PIM), fabricando motos e usufruindo de benefícios fiscais. A declaração foi dada durante sua participação na premiação do ‘Valor 1000’, em São Paulo. Maia disse também que é preciso corrigir distorções causadas por incentivos fiscais, a exemplo da ZFM, um modelo que custa caro para o país e que se faz necessário um programa para destinar recursos diretamente ao Governo do Estado.

Para o deputado estadual Serafim Corrêa (PSB), essas declarações são lamentáveis, “Há pouco tempo ele declarava em alto e bom som ao lado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM/AP), que seriam ferrenhos defensores contra os ataques à ZFM”, reclamou.

E continuou, talvez Maia gostasse que a Moto Honda estivesse produzindo motos em Copacabana. “Isso seria o céu para ele. Ele precisa se inteirar mais sobre como funciona o modelo e o que essa empresa (Moto Honda) representa para o desenvolvimento da Região. O que está ocorrendo é uma disputa regional, além do fato de que ele está completamente equivocado, pois a renúncia fiscal do Amazonas é compensada pela arrecadação de tributos federais na ordem de R$ 15 bilhões por ano”, destacou.

O deputado aproveitou também para parabenizar a bancada amazonense que já se manifestou contra as declarações de Maia, eles (bancada)  já reuniram com representantes do setor industrial a fim de debater ações em defesa da ZFM.

Outro que manifestou preocupação com as declarações de Maia foi o presidente da Comissão de Assuntos Econômicos (CAE-ALE-AM), deputado estadual Ricardo Nicolau (PSD). Para ele “uma declaração como essa representa o desconhecimento total da nossa região por parte do presidente Rodrigo Maia. É sabido por todos o papel importante que a ZFM cumpre no desenvolvimento regional, no meio ambiente, e, inclusive, para que a motocicleta possa chegar mais barata em estados como São Paulo e Rio de Janeiro”, defendeu.