Seca faz governo elevar previsão de gasto com termelétricas

O Ministério de Minas e Energia elevou suas estimativas quanto ao gasto com as usinas termelétricas. De acordo com a pasta, o valor será de R$ 13,1 bilhões para os consumidores, o que representa 45% de aumento em relação aos R$ 9 bilhões previstos em junho.

O cálculo foi feito com base em simulações do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), que considera o uso adicional das usinas desde janeiro, quando a crise hídrica começou no país e obrigou o acionamento desta fonte de energia.

Nas últimas semanas, a geração por usinas termelétricas bateu recorde e gerou 19,2 mil megawatts médios (MWmed). Em janeiro deste ano, por exemplo, a produção térmica não passou de 15,4 mil MWmed. Já em 2014, quando também houve uma crise energética, o recorde diário foi de 15,8 mil MWmed.

O aumento do uso dessas usinas é sentido no bolso dos consumidores por meio das bandeiras tarifárias – uma taxa extra na conta de luz, que sinaliza o valor real da energia gerada. O funcionamento das bandeiras é simples: as cores verde, amarela ou vermelha (nos patamares 1 e 2) indicam se a energia custará mais ou menos em função das condições de geração.
Em junho, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) revisou o valor da bandeira vermelha patamar dois de R$ 6,24 a mais a cada 100 quilowatts/hora (kWh) consumidos para R$ 9,49 a mais a cada 100 kWh.
A principal razão para a disparada da tarifa é a seca nas principais bacias hidrográficas que abastecem o país por causa do baixo volume de chuvas na região dos reservatórios do Sudeste e Centro-Oeste, que são responsáveis por 70% da geração de energia no Brasil.