O presidente Bolsonaro defende mudança em livros didáticos

Do O Globo

O presidente Jair Bolsonaro defendeu nesta sexta-feira mudanças em livros didáticos, afirmando que atualmente eles têm “muita coisa escrita” e que é preciso “suavizar”. Bolsonaro também afirmou que, a partir de 2021, quando os livros forem feitos por sua gestão, as publicações irão conter a bandeira do Brasil e o hino nacional.

— Tem livros que vamos ser obrigados a distribuir esse ano ainda levando-se em conta a sua feitura em anos anteriores. Tem que seguir a lei. Em 21, todos os livros serão nossos. Feitos por nós.

Os pais vão vibrar. Vai estar lá a bandeira do Brasil na capa, vai ter lá o hino nacional. Os livros hoje em dia, como regra, é um amontoado… Muita coisa escrita, tem que suavizar aquilo — disse Bolsonaro, na saída do Palácio da Alvorada.

Procurado pela reportagem, o MEC ainda não se pronunciou. Bolsonaro também voltou a criticar o educador Paulo Freire, relacionando suas ideias ao baixo resultado do Brasil no Programa Internacional de Avaliação de Estudantes (Pisa).

— Falando em suavizar, estou vendo um cabeça branca ali, estudei na cartilha Caminho Suave. Você não esquece. Não esse lixo que, como regra, está aí. Essa ideologia de Paulo Freire. O cara ficou 10 anos e a garotada de 15 anos foi fazer a prova do Pisa e mais da metade não sabe fazer uma regra de três simples.

O Programa Nacional do Livro e do Material Didático (PNLD) realiza a compra de livros didáticos em ciclos de quatro anos para cada uma das etapas de escolarização: educação infantil, anos iniciais do fundamental, anos finais do fundamental e ensino médio. O governo abriu em dezembro de 2019, o edital para aquisição de livros didáticos para o ensino médio em 2021.

Serão adquiridos livros para trabalhar “Projeto de Vida”; obras didáticas por área do conhecimento ( Linguagens, Matemática, Ciências da Natureza e Ciências Humanas); livros de formação continuada; obras literárias e conteúdos de recursos digitais. O Hino Nacional, mencionado por Bolsonaro, já consta nos livros didáticos, mas essa exigência não veio expressa no edital feito pela gestão atual.