No dia da Amazônia, Márcia Novo é um dos destaques da Vogue sobre os ‘Guardiões da Floresta’

Após encabeçar um movimento que arrecadou doações e ajudou os povos indígenas durante a pandemia da covid-19 no Norte do Brasil, a cantora amazonense Márcia Novo foi uma dos 12 convidados especiais para ilustrar a matéria da Vogue Brasil sobre a Amazônia, intitulada ‘Guardiões da Floresta’.

Ao lado de figuras de representatividade como Samela Sateré, do povo Mawé e braço brasileiro do movimento ‘Fridays for Future’; do pajé do povo Dessana, Durvalino Moura Fernandes; e da educadora e agente social Rita Teixeira, do Movimento de Mulheres do Nordeste Paraense, e de outros representantes da esperança e da luta pela preservação da Amazônia, Márcia Novo conta um pouco sobre o projeto ‘Vidas Indígenas Importam’ e dos problemas enfrentados pela população indígena em meio ao enfrentamento do novo coronavírus.

A campanha surgiu após Márcia Novo receber mensagem de uma amiga da aldeia Inhãa-Bé, na zona rural de Manaus, pedindo ajuda para várias famílias da comunidade que estavam passando fome. Márcia agilizou doações de cestas básicas, mas, vendo que seriam insuficientes, organizou uma vaquinha informal, com o auxílio de amigos e a mobilização de seus fãs pelo Instagram.

Em entrevista a Vogue, a cantora explicou que a movimentação deu origem à campanha @vidasindigenasimportam, que fornece alimentos, máscaras, kits de higiene e remédios para as comunidades de Manaus. Em cinco meses, os esforços resultaram no apoio e ajuda para mais de 1.500 famílias e um total de 4.000 pessoas.

A Vogue aborda que o projeto de Márcia Novo e dos amigos escancarou vários problemas das populações indígenas, que, além da falta de estrutura básica de saúde, precisam lidar com a ausência de assistência social. “A situação é pior para os que vivem em contexto urbano, que são privados de ter atendimento especial nos hospitais da região por não serem considerados indígenas”, revela Márcia, em trecho da sua entrevista.

O convite e a representatividade da mulher amazonense

Márcia ressaltou que o convite para fazer parte dos 12 personagens da matéria da Vogue partiu após a repercussão da campanha e do clipe da sua versão para a música “Réquiem”, gravada no Teatro Amazonas e lançada em junho deste ano em todas as plataformas digitais.

“Estou muito feliz de estar participando dessa publicação especial da Vogue, pois além de dar visibilidade para a minha música, após 17 anos de carreira, mostra que estou exercendo minha função como cidadã da Amazônia, que luta pelo o que acredita e pelo o que eu sei que precisa nesse momento. Eu nunca imaginei, quando eu iniciei a vaquinha, que eu pudesse realmente ajudar tanta gente através desse projeto”, declarou a cantora.

Márcia destacou, ainda, a importância de uma artista amazonense ter esse destaque e o quanto o espaço dado aos 12 ‘Guardiões da Floresta’ pode inspirar outros artistas e cidadãos a fazer muito mais pela Amazônia. “Quanto mais visibilidade se trouxer para causa é muito melhor. A Vogue não está tratando da Márcia Novo só como cantora, mas como cidadã que exerce a sua função dentro desse planeta. Eu estou muito feliz de estar participando como artista e cidadã. O projeto ‘Vidas Indígenas Importam’ nunca teve nenhuma expectativa muito grande, e é super grandioso ver como a energia flui pra gente chegar aonde chegou”.

A amazonense ainda destaca que é uma honra ser retratada junto às outras personalidades que desenvolvem grandes trabalhos, em diversas áreas, em prol da Amazônia. “Nós, e outros guardiões da floresta que não foram retratados na Vogue, somos a esperança, que é algo que a revista trata bastante. Nós: negros, brancos, quilombolas, caboclos, nós todos somos protagonistas do curso que a Amazônia vai ter nos próximos anos. Então a gente não pode esperar um sistema só dar uma resposta, a gente tem que agir, a gente tem que fazer, a gente tem que ser proativo pela Amazônia”, completou Márcia Novo.