Polêmica: padre Fábio de Melo defende união civil entre casais gays

Nesta quinta-feira (29), o padre Fábio de Melo, durante live no Instagram, se posicionou a favor da declaração do Papa Francisco sobre a união civil entre pessoas do mesmo sexo.

“Não cabe a mim como padre, como religioso ficar impondo ao outro uma regra que não me diz respeito. É uma questão de justiça”, declarou.

Entenda

Na live com o empresário Marcus Montenegro que falava sobre arte, o isolamento social e a relação da igreja com minorias, o padre foi questionado pelo empresário qual a posição dele sobre a declaração do Papa defendendo a união civil entre homossexuais.

No último dia (21) de outubro, o papa Francisco se posicionou sobre o assunto, quando deu uma declaração. “As pessoas homossexuais têm direito de estar em uma família. Elas são filhas de Deus e têm direito a uma família. Ninguém deverá ser descartado ou ser infeliz por isso”.

A fala diz respeito a união civil, reconhecida por lei, não no casamento religioso. No dia, Francisco ainda reforçou: “O que precisamos criar é uma lei de união civil. Dessa forma eles são legalmente contemplados”.

O padre explicou ainda que desde 2013 já havia se posicionado publicamente a favor de que a lei reconhecesse a união entre pessoas do mesmo sexo, para que tivessem seus direitos preservados. Disse ainda que à época, a posição teria desagradado uma ala conservadora da igreja.

“Eu fui execrado pela ala mais conservadora da igreja porque eu fiz justamente essa distinção. Nós precisamos saber distinguir o que é uma regra religiosa do que é uma regra civil. Porque somos religiosos nós não temos que impor às pessoas que não são as nossas regras ou impedi-las de terem os seus direitos civis garantidos”, disse.

O sacerdote ainda falou sobre o diálogo com o público transsexual e reforçou que é contra julgamentos. “Jesus queria saber quem era honesto com os sentimentos que tinha, com a vida que vivia. Não existia essa pergunta, de onde você veio? Qual a sua religião. Ou ‘Ah, não posso te ajudar porque você tem uma vida irregular.’ Não. eu não quero essa religiosidade”, disse.