Documento da Anvisa confirma que delegação argentina falsificou declarações sanitárias para jogo contra o Brasil

BRASIL – No último domingo (5), após o impedimento da partida entre Brasil e Argentina, pelas Eliminatórias Sul-Americanas, em São Paulo, quando membros da Anvisa entraram no gramado para retirar de campo quatro atletas argentinos que estavam no país de forma ilegal, surgiram os indícios de irregularidades por parte da delegação argentina.

Segundo o “Blog do Octavio Guedes”, o documento da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mostra que um membro da delegação argentina falsificou os documentos dos quatro atletas irregulares (Martínez, Romero, Lo Celso e Buendía) na chegada ao Brasil.

Fernando Ariel Batista foi o membro responsável pela violação. O profissional de 51 anos, que trabalha na comissão técnica da seleção argentina, inclusive foi quem comandou a Albiceleste nos Jogos Olímpicos de Tóquio, no Japão.

Confira abaixo os pontos apresentados no documento da Anvisa:

“1 – A investigação começou com o que a agência classifica de rumor. Diz a agência que o ‘rumor’ foi comunicado à Coordenação de Vigilância Epidemiológica de Portos, Aeroportos e Fronteiras na sexta-feira (3). Dá conta que quatro atletas, cujo nomes não eram identificados, entraram no Brasil sem cumprir as restrições sanitárias.

2 – Confirmado o rumor, a agência aponta o nome do responsável pela falsificação. ‘Informamos ainda que todas as declarações foram preenchidas por uma única pessoa – Senhor Fernando Ariel Batista – Associação de Futebol Argentina – AFA’.

3 – A Anvisa entrou em contato com as autoridades sanitárias do estado de São Paulo. Depois delas, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) foi informada do problema. ‘Às 10 horas do dia 4 de setembro (sábado), a equipe da vigilância epidemiológica e a Coordenadoria de Controle de Doenças do Estado de São Paulo reuniram-se com a equipe da CBF para informar o ocorrido e realizar a devida articulação com os responsáveis pela partida, a Conmebol.’

4 – Ainda de acordo com a Anvisa, a CBF repassou a informação à Confederação Sul-Americana de Futebol (Conmebol) e à delegação argentina. ‘O chefe de equipe da seleção argentina, assim como membros da Conmebol e CBF foram notificados sobre a ocorrência, tendo recebido a orientação de que os 4 jogares em questão deveriam permanecer nos seus referidos quartos, não podendo participar do treino na Arena Neo Química, previsto para as 18h30 de sábado.’

5 – Sem solução para o problema, a vigilância em saúde do estado de São Paulo solicitou reunião para as 17h de sábado. Não foi por falta de aviso. Nesta reunião, representantes da Conmebol, CBF e Delegação da Argentina participaram como ouvintes. Estavam presentes ainda autoridades, a equipe técnica do Ministério da Saúde, o Ministro da Saúde em exercício, além da equipe técnica da Vigilância Epidemiológica e Sanitária e a Coordenadora de Controle de Doenças da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

6 – Na reunião, a Conmebol e a delegação da Argentina foram orientadas a formalizar o pedido de excepcionalidade para que os jogadores pudessem treinar no sábado e jogar no domingo. A Anvisa pediu a máxima urgência pra o argentinos, para que a análise da documentação fosse viável antes da realização do jogo. E deu o caminho das pedras: o pedido teria que ser analisado pelo Ministério da Saúde, além de um posicionamento final da Casa Civil.”