Itália vence a Inglaterra e é campeã da Eurocopa

Wembley – A Itália venceu a Eurocopa em um jogo que teve todos os ingredientes esperados de uma partida tão importante, disputado em Wembley, neste domingo (11).

A seleção inglesa, em sua primeira final da competição, abriu o placar nos primeiros minutos, levou o empate na etapa complementar após abdicar de pressionar e o jogo foi para a prorrogação. A disputa se resolveu apenas nos pênaltis — os ingleses perderam três cobranças.

A vitória da Itália se soma ao título de 1968 e torna a seleção bicampeã da Eurocopa. Do lado do ingleses, a derrota aumenta um longo jejum: a seleção do país espera há 58 anos um segundo título — desde o mundial de 1966, disputado em casa.

Jogo intenso

A final esperada começou elétrica. A Itália impôs uma forte pressão sobre a zaga inglesa, que quase falhou logo no primeiro minuto de jogo.

Mas quem abriu o placar foi a Inglaterra: Kane inverte o jogo com um passe longo, Trippier estuda a área italiana e cruza, a bola passa por todo o mundo e sobra para o lateral Luke Shaw, que bate de primeira. Sem chances para Donnarumma.

Após o gol, os ingleses continuaram intensos, tirando espaços da Itália, que sofria para avançar no campo adversário.

Aos 20′, as coisas pareciam se complicar para os italianos: Jorginho caiu, sentindo o joelho. Mas após rápido atendimento, o meio-campo retornou.

A Itália assustou, aos 12′: Bernardeschi cruza, Pickford faz boa defesa, e a bola sobra para Belloti, que chuta desequilibrado e perde grande chance, com o gol aberto.

Os ingleses conseguiam segurar a intensidade italiana, e apenas o atacante Chiesa tentava jogadas individuais na Itália, sempre sob vaias intensas dos ingleses em Wembley.

O jogo seguiu disputado e a Itália obteve o controle do meio-campo, com mais posse de bolas e passes trocados, mas a disciplina tática inglesa garantiu um primeiro tempo praticamente sem sustos.

Segundo tempo diferente

O roteiro do segundo tempo começou similar. A Itália com a posse, mas com extrema dificuldade para abrir espaços no campo adversário.

A melhor oportunidade do início da etapa complementar foi uma falta batida por Insigne, da meia-lua, aos 5′. Mas o goleiro inglês Pickford acompanhou a bola sair no canto esquerdo da meta.

A Inglaterra respondeu, também de bola parada. Aos 10′, Maguire aproveitou cruzamento e cabeceou, mas a a bola passou por cima da meta adversária.

O jogo ganhou velocidade. Um minuto depois, Insigne pega a sobra de uma bola espirrada na área, carrega para perto da linha de fundo e chuta forte, mas Pickford faz boa defesa, em cima dele.

Chiesa tentou jogada individual pouco depois e quase empata, aos 16′. O atacante italiano entrou na esquerda da área, carregou para o meio e chutou rasteiro, mas Pickford salvou de novo. Assim, a Itália crescia no jogo e parecia questão de tempo o placar ser igualado.

Após muita insistência, a Itália conseguiu o empate, em um gol na base da pressão. Aos 21′, em uma jogada de escanteio, Bonucci empatou. Após cobrança de Emerson, a bola fica sem dono na área e é cabeceada por Verrati. A bola ainda bate na trave e sobra para o zagueiro empurrar, quase na linha de gol.

O jogo era todo da Itália e a Inglaterra só se defendia, sem qualquer força ofensiva no segundo tempo.

Aos 27′, Berardi quase vira, ao receber lançamento longo de Bonucci, do campo de defesa. A bola sobrou limpa e ele chutou estranho, por cima, mas antes da chegada de Pickford.

Os italianos pareciam querer a prorrogação, enquanto os ingleses tentavam um último gás. Nos seis minutos de acréscimo, a Itália apostou em lançamentos e em jogadas de lado para tentar furar de novo a defesa inglesa, que pouco falhou.

Com a persistência do empate, o jogo foi para a prorrogação.

Jogo foi para os pênaltis

No primeiro tempo da prorrogação, a Inglaterra conseguiu as duas melhores chances. A primeira com Sterling, aos 5′, que recebeu pela esquerda já na área, mas demora para decidir e facilita a vida de Chiellini, que corta a tentativa de cruzamento.

No minuto seguinte, o volante Philips chutou à direita de Donnarumma, após receber a sobra de uma cobrança de escanteio.

Já no primeiro minuto do segundo tempo da prorrogação, Bernardeschi cobra falta forte e Pickford defende em dois tempos.

As duas equipes evitam desgastes e estavam completamente esgotadas fisicamente e davam apenas lançamentos longos. Como resultado, o jogo foi para a penalidade máximas.

Nos pênaltis, Belotti foi o primeiro a perder, dando vantagem aos ingleses. Mas Rashford e Sancho — que entraram no final da prorrogação justamente para cobrar penais — também desperdiçaram cobranças, colocando a Itália na frente.

Jorginho bateu mal e atrasou a conquista italiana. Mas Saka também perdeu a última cobrança e deu o título para o italianos.

Gols no começo e no fim

Quando Luke Shaw abriu o placar aos dois minutos do primeiro tempo, a Inglaterra viu o fim da longa fila de conquistas de peso no futebol mundial mais perto do que nunca.

A água no chope dos ingleses veio dos pés do zagueiro Luigi Bonucci, que empatou para a Itália em um bate-rebate na área quando faltavam apenas dez minutos para o fim do tempo regulamentar.

O empate italiano era merecido. Se a Inglaterra começou com tudo, a equipe do técnico Gareth Southgate pisou no freio e se limitou a tentar manter o resultado ao longo do restante da partida.  Já a Itália foi com fome de jogo e manteve a posse de bola no decorrer do confronto.

A conquista da seleção italiana também é, de alguma forma, uma conquista brasileira. A equipe teve em campo durante os 120 minutos um atleta nascidos no Brasil, o volante Jorginho, que por sinal bateu o pênalti decisivo nas semifinais.

Durante a maior parte da partida, Mancini ainda contou com o lateral-esquerdo Emerson em campo e mais uma opção brasiliana no banco de reservas, o zagueiro Rafael Tolói.

Itália 1 x 1 Inglaterra

Pênaltis: Itália 3 x 2 Inglaterra

Local: Wembley Stadium, em Londres

Gols: Shaw (Ing) e Bonnucci (Ita)

Itália – Donnarumma; Di Lorenzo, Bonucci, Chiellini e Emerson; Jorginho, Barella (Cristante) e Verratti (Locatelli); Chiesa (Bernardeschi), Immobile (Berardi) e Insigne (Belotti). Técnico: Roberto Mancini

Inglaterra – Pickford; Walker, Stones e Maguire; Trippier (Saka), Phillips, Rice (Henderson), Mount (Grealish) e Shaw; Sterling e Harry Kane. Técnico: Gareth Southgate