Olimpíadas de Paris: Nadadora trans Lia Thomas é proibida de competir nas provas femininas

A nadadora transgênero norte-americana Lia Thomas perdeu um processo legal contra a World Aquatics (Federação Internacional de Esportes Aquáticos); julgado pela Corte Arbitral do Esporte (CAS). Assim, a atleta está fora da disputa por uma vaga nas Olimpíadas de Paris, que começam no próximo mês.

Primeira atleta transgênero a ganhar um título universitário, Lia questionava a regra da World Aquatics que proíbe a participação de atletas trans — que tenha passado por “qualquer parte da puberdade masculina” em competições femininas.

Conforme repercutido pelo The Guardian, a atleta argumentou que as regras deveriam ser declaradas “inválidas e ilegais”, pois eram contrárias à Carta Olímpica e à Constituição Mundial dos Esportes Aquáticos.

Porém, uma decisão de 24 páginas foi publicada pelo CAS apontando que Thomas “simplesmente não tinha o direito de se candidatar à elegibilidade para competir em competições WA” como alguém que já não era membro da USA Swimming (Federação de Natação dos Estados Unidos).

A decisão foi celebrada pela World Aquatics, que a saudou como “um grande passo em frente aos nossos esforços para proteger o esporte feminino”.

Em março de 2022, Lia se tornou a primeira nadadora trans a se tornar campeã universitária ao derrotar a medalhista de prata olímpica Emma Weyant por 1,75 segundos.

Mas ela viu seus planos de disputar a seletiva olímpica ruir três meses depois, quando a WA anunciou uma nova política que restringia a participação de mulheres trans na natação.

Em um documento com dados científicos, ainda segundo o Guardian, a decisão afirma que nadadores como Lia Thomas mantiveram vantagens físicas significativas em resistência, potência, velocidade, força e tamanho pulmonar ao passarem pela puberdade masculina, mesmo após reduzirem os seus níveis de testosterona por meio de medicação.