Morre aos 85 anos, FW de Klerk, último presidente do apartheid e libertador de Mandela

O ex-presidente sul-africano e ganhador do Prêmio Nobel da Paz, Frederik Willem de Klerk, morreu aos 85 anos nesta quinta-feira (11), disse a Fundação FW de Klerk.

O último líder do apartheid da África do Sul dividiu o prêmio da paz em 1993 com Nelson Mandela, que foi libertado da prisão por ele, e o sucedeu na Presidência do país.

De Klerk morreu de câncer em sua casa em Fresnaye, na Cidade do Cabo, diz o comunicado da fundação.

“É com a mais profunda tristeza que a Fundação FW de Klerk anuncia que o ex-presidente FW de Klerk morreu pacificamente em sua casa em Fresnaye no início desta manhã após sua luta contra o câncer de mesotelioma”, diz um trecho do comunicado da fundação.

Informações sobre o funeral e sepultamento do ex-presidente da África do Sul serão feitos pela família. “Ele deixa sua esposa Elita, seus filhos Jan e Susan e seus netos. A família fará, no devido tempo, um anúncio sobre os preparativos para o funeral.”

Em 1993, de Klerk e Mandela receberam o Nobel da Paz pelos trabalhos realizados pelo fim pacífico do regime do apartheid e “por lançarem as bases para uma nova África do Sul democrática”.

FW de Klerk libertou Mandela e se tornou um líder improvável pelo fim do apartheid

Político profundamente conservador cujo partido há muito apoiava o apartheid, de Klerk acabou se tornando um improvável agente de mudança na África do Sul durante seus cinco anos de governo no país.

Reconhecendo a possibilidade iminente de uma guerra civil, ele surpreendeu seu núcleo político ao libertar Mandela da prisão e legalizar o Congresso Nacional Africano.

Em 1993, de Klerk e outros líderes políticos ratificaram uma nova Constituição que encerrou formalmente décadas de segregação racial na África do Sul.

De Klerk acabou perdendo a primeira eleição multirracial da África do Sul para Mandela, antes de assumir um cargo no novo governo.

Mas depois de se aposentar da política, ele fez uma série de comentários conflitantes sobre a era que ajudou a encerrar – e seu legado como ganhador do Nobel às vezes se mostrou controverso.