Após 21 dias, manifestação em frente ao Comando Militar da Amazônia perde apoiadores

Após quase um mês, manifestação em frente ao Comando Militar da Amazônia (CMA), localizado na Av. dos Expedicionários, bairro Ponta Negra, na zona Oeste de Manaus, perde apoiadores. O grupo de apoiadores de Jair Bolsonaro (PL) está no local desde a noite do dia 1º de novembro.

Porém, nesta terça-feira (22), motoristas que passavam pelo CMA registraram um número significativamente menor de participantes no ato, que nas semanas anteriores estava lotado. Desde do dia 30 de outubro, quando Luiz Inácio Lula da Silva (PT) foi eleito presidente, que os protestos contra o resultado das urnas ocorrem em todo o Brasil.

Em Manaus, os manifestantes, que pedem por “intervenção federal” contam com o apoio de empresários locais e chegaram até a receber doação de alimentos de um supermercado da cidade.

“Doação que nós ganhamos, agora, do Baratão da Carne, para a manifestação”, diz uma participante do ato em vídeo compartilhado nos grupos de organizadores dos protestos.

“Estamos nesse momento, pegando, aqui, para levar para a manifestação [..], 12 caixas de frango, dez fardos de refrigerante, fardo de farinha, fardo de café, dez pacotes de calabresa […], praticamente, R$ 5 mil em doação”, detalha a mulher.

O financiamento de atos antidemocráticos é crime e pode levar à prisão. De acordo com o Artigo 286 do Código Penal, quem “incita, publicamente, animosidade entre as Forças Armadas, ou delas contra os poderes constitucionais, as instituições civis ou a sociedade” pode ser detido por três a seis meses, ou multado.

No movimento nacional, manifestantes pedem por intervenção militar (Ditadura) e atacam os membros do Judiciário, principalmente o presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministro Alexandre de Moraes.

Transtornos e decisão judicial

Vários transtornos são causados desde o início da concentração dos apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente ao CMA. No feriado de ‘Dia dos Finados’, a capital sofreu com lentidão no trânsito em várias áreas da cidade, por conta do bloqueio irregular da avenida feito pelos manifestantes.

Além disso, moradores locais denunciaram, várias vezes, o incômodo causado pelos barulhos altos feitos pelo grupo. Com isso, a juíza federal Jaiza Fraxe determinou, na terça-feira (15), que o Governo do Amazonas, Prefeitura de Manaus e União interrompessem a manifestação.

A determinação aconteceu após um pedido do Ministério Público Federal (MPF) que alegou que o protesto é um “ato antidemocrático”, que causa barulho ensurdecedor – prejudicando a saúde de Pessoas com Deficiências (PCDs), idosos e crianças que moram na região – e interrompe o direito de ir e vir.