Baixa cobertura vacinal nas Américas acende alerta para possível surto de poliomielite

Baixa cobertura vacinal contra a poliomielite abre caminho para possível surto da doença nas Américas. A informação veio à tona em uma resolução apresentada pela Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) em Washington, nos Estados Unidos (EUA), na última semana.

Na resolução, que foi destaque durante a 30ª Conferência Sanitária Pan-Americana, a Opas também prevê medidas para aumentar a vacinação e a vigilância, além de assegurar uma preparação adequada caso haja o aumento do número de casos da doença, que também é conhecida como “paralisia infantil”.

Em 2021, o último caso de poliomielite nas Américas tinha sido registrado há 30 anos, mas dois eventos levaram à medida: a queda a 80% dos níveis de vacinação e vigilância da poliomielite e a recente confirmação da circulação do poliovírus em Nova Iorque (EUA).

A resolução também pede maior envolvimento da sociedade civil, líderes comunitários, ONGs, setor privado, instituições acadêmicas e outras partes interessadas em medidas para avançar e atuar de forma coordenada para que a região esteja livre da pólio.

Pelo menos 12 nações das Américas correm risco muito elevado ou alto de um surto da doença, que pode ser totalmente prevenida com vacinas. A taxa de vacinação necessária para prevenir o retorno do vírus é de 95%.

Brasil também tem baixa adesão vacinal

O Brasil também é um dos países que registra baixa cobertura vacinal. A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite, que terminou na última sexta-feira (30), teve que ser prorrogada diversas vezes pelo Ministério da Saúde devido à baixa adesão da vacina. Apesar dos esforços, na quinta-feira (29), o país tinha vacinado apenas 54% das crianças contra a doença.

Crianças de 1 a 4 anos devem receber uma dose da Vacina Oral Poliomielite (VOP), desde que já tenham recebido as três doses da Vacina Inativada Poliomielite (VIP) previstas no esquema básico.

Sobre a doença

A poliomielite é uma doença infectocontagiosa aguda que pode infectar adultos e crianças por meio do contato direto com fezes ou secreções eliminadas pela boca de pessoas doentes. Nos casos graves, em que acontecem paralisias musculares, os membros inferiores são os mais atingidos. A vacinação é a única forma de prevenção.

 

Com informações da ONU e da Agência Brasil**