Cheias no Paquistão: Após 1,4 mil mortes, país enfrenta risco de mais chuvas

Desde julho deste ano, o Paquistão vem enfrentando fortes chuvas e alagamentos durante a temporada de monções. Com isso, a previsão de possíveis chuvas de média e alta intensidade para esta semana tem sido motivo de preocupação para a população local.

Até o momento, 33 milhões de pessoas foram afetadas e 1,4 mil morreram por causa das enchentes históricas. Em Islamabad, capital do país, Knut Ostby, que é representante do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), no Paquistão, destacou que a aceleração do aquecimento global é a causa desse sofrimento humano.

Ao mesmo tempo em que se preparam para as possíveis chuvas, milhares de paquistaneses tentam achar os seus entes queridos e procuram lugares seguros para se abrigar, já que meio milhão de casas foram danificadas ou destruídas, segundo a Autoridade Nacional de Gerenciamento de Desastres.

As alagações também prejudicaram milhares de hectares de lavouras, prejudicando a oferta de alimentos, de acordo com Ostby. Mesmo com a redução do volume de chuvas nos últimos dias, ainda continua o médio risco de inundações em algumas áreas da província de Sindh e o alto risco na região da foz de Kotri, no Mar Arábico.

Somado a isso, de acordo com informações da ONU divulgadas nesta quarta-feira (14), a Barragem de Tarbela, em Khyber Pakhtunkhwa, que é a maior estrutura mundial desse tipo construída em terra, alcançou o nível máximo de retenção das águas.

Recentemente as autoridades do Paquistão alertaram que pode levar até seis meses para que as águas das inundações recuem nas áreas mais atingidas

Ainda de acordo com a organização, mais de 800 mil pessoas buscam abrigo em distritos onde foi declarado estado de calamidade. Na província de Sindht, por exemplo, mais de 1,5 milhão de casas foram danificadas, o correspondente a quase 90% do total nacional.

“Tenho visto muitos desastres humanitários em todo o mundo, mas nunca vi uma carnificina climática a esta escala. Simplesmente não tenho palavras para descrever o que vi hoje”, disse António Guterres, secretário geral da ONU, durante uma conferência de imprensa no Paquistão, na última segunda-feira (12).

 

Com informações da ONU**